Demissão Imediata é possível? Entenda o que diz a CLT

Descubra as regras da CLT sobre demissão imediata e os direitos do empregado neste processo. Como fica o aviso prévio? Veja mais neste artigo!
Sumário
demissão imediata

A demissão imediata é um tema recorrente e sensível no mercado de trabalho brasileiro – será que é possível pedir demissão e sair da empresa no mesmo dia?

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a demissão pode ocorrer de diversas formas, sendo fundamental que tanto empregador quanto empregado conheçam seus direitos e deveres.

Embora a demissão imediata seja permitida, vale ressaltar que essa decisão pode resultar em perdas significativas de benefícios e direitos trabalhistas.

Na demissão sem justa causa, por exemplo, o trabalhador recebe benefícios como aviso prévio, saldo de salário, férias proporcionais, 13º salário proporcional e multa de 40% sobre o FGTS.

Por outro lado, a demissão por justa causa, que pode ocorrer devido a infrações como indisciplina ou abandono de emprego, limita os direitos do empregado a saldo de salário e férias vencidas.

Portanto, ao considerar uma demissão imediata, o colaborador deve avaliar minuciosamente as implicações dessa escolha. Confira mais detalhes abaixo!

O que é Demissão Imediata?

A demissão imediata refere-se ao desligamento em que o empregado opta por deixar a empresa sem cumprir o aviso prévio de 30 dias.

A definição é relevante para compreender as implicações legais e financeiras deste tipo de rescisão de contrato.

Diferente dos procedimentos tradicionais, onde o colaborador notifica a empresa com antecedência, a demissão imediata propõe um desligamento abrupto.

Quando o trabalhador solicita a demissão de forma imediata, ele deve estar ciente das consequências dessa decisão.

Embora o pedido de demissão imediata seja aceitável, essa ação pode levar à perda de certos direitos, como o seguro-desemprego e a multa do FGTS.

O pagamento do aviso prévio pode ocorrer de duas maneiras: o trabalhador cumpre o período trabalhando ou indeniza a empresa pelo tempo não trabalhado.

O valor a ser pago pelo aviso prévio indenizado corresponde ao salário diário multiplicado pelos dias de aviso que não foram cumpridos.

Quais são os tipos de Demissão conforme a CLT?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) classifica cinco tipos principais de demissão que regulam a rescisão do contrato de trabalho.

Cada uma delas possui características específicas e implicações diferentes para o trabalhador. Os tipos de demissão CLT incluem:

  • Demissão por Justa Causa: Ocorre quando o empregador encerra o contrato devido a faltas graves cometidas pelo empregado. Nesse caso, o trabalhador perde a maioria das verbas rescisórias, restando apenas o saldo de salário e férias vencidas.
  • Demissão sem Justa Causa: É a forma mais comum, onde o empregado mantém direitos importantes como aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário proporcional e saque do FGTS, além de uma multa rescisória de 40% sobre o FGTS.
  • Rescisão Indireta: Este tipo permite ao trabalhador solicitar a rescisão do contrato devido a falhas do empregador, como descumprimento de obrigações contratuais. O empregado tem direito a praticamente todos os mesmos benefícios da demissão sem justa causa.
  • Pedido de Demissão: Quando o colaborador decide interromper o contrato, ele recebe saldo de salário e férias proporcionais, mas não pode sacar o FGTS e não tem direito à multa rescisória.
  • Demissão por Comum Acordo: Introduzida pela Reforma Trabalhista, essa modalidade permite que o empregador e o empregado entrem em um consenso sobre o término do contrato. O trabalhador recebe direitos como saldo de salário e 13º, mas apenas metade do aviso prévio e da multa sobre o FGTS.

Tanto empregadores quanto empregados devem entender as condições e implicações de cada um dos tipos de demissão.

A escolha do tipo adequado pode influenciar significativamente nos direitos e deveres de ambas as partes envolvidas na rescisão.

Para oficializar a demissão, algumas documentações devem ser providenciadas, como o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) e a atualização na Carteira de Trabalho.

Confira mais detalhes sobre os tipos de demissão na tabela abaixo:

Tipo de Demissão Direitos do Empregado Observações
Demissão por Justa Causa Saldo de salário, 13º salário vencido, férias vencidas Perda de outras verbas rescisórias
Demissão sem Justa Causa Todos os direitos rescisórios Inclui multa de 40% sobre o FGTS
Rescisão Indireta Todos os direitos como na demissão sem justa causa Motivo: falhas do empregador
Pedido de Demissão Saldo de salário, férias proporcionais Sem direito ao saque do FGTS
Demissão por Comum Acordo Saldo de salário, 13º salário, férias proporcionais Metade do aviso prévio e multa sobre o FGTS

E a demissão imediata: qual é a perspectiva da CLT? Continue lendo para conferir a resposta!

Demissão Imediata é possível de acordo com a CLT?

A demissão imediata, embora seja uma opção disponível para os colaboradores, envolve algumas considerações  sobre os direitos trabalhistas.

  • Ou seja: a demissão imediata é possível, mas trata-se de uma escolha que deve ser pensada com cuidado.

Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o trabalhador pode optar por não cumprir o aviso prévio, que varia de 30 a 90 dias dependendo do tempo de serviço na mesma empresa.

Ao optar pela demissão imediata, o colaborador deve estar ciente das consequências. Embora não precise seguir com o cumprimento do aviso prévio, a decisão pode resultar na perda de benefícios significativos, como o direito ao seguro-desemprego e ao saque do FGTS.

Veja abaixo uma visão geral das implicações legais e financeiras relacionadas à demissão imediata:

Aspecto Impacto do Pedido de Demissão Imediata
Comunicação Não há necessidade de cumprir o aviso prévio.
Benefícios Perda do direito ao seguro-desemprego e saque do FGTS.
Verbas Rescisórias Direito a receber saldo de salário, férias proporcionais e 13º salário.
Prazo de Pagamento Verbas devem ser pagas até o próximo dia útil ou até o décimo dia da notificação.
Adequação Legal Direitos mantidos mesmo após a reforma trabalhista.

Antes de formalizar o pedido de demissão imediata, o colaborador deve avaliar sua situação cuidadosamente.

Tomar uma decisão apressada pode ter impactos financeiros e comprometer direitos trabalhistas que são garantidos pela legislação vigente.

Como funciona a demissão por Justa Causa?

A demissão por justa causa é considerada uma das formas mais severas de rescisão do contrato de trabalho, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Esse tipo de demissão ocorre quando o empregador encerra a relação empregatícia sem a necessidade de aviso prévio, fundamentado em faltas graves cometidas pelo empregado.

Existem 14 situações que podem caracterizar a demissão por justa causa, sendo os motivos mais comuns:

  • Atos de improbidade
  • Incontinência de conduta
  • Condenação criminal
  • Desídia no desempenho das funções
  • Embriaguez habitual em serviço
  • Abandono de emprego
  • Violação de segredo da empresa
  • Ato de indisciplina ou insubordinação
  • Ofensas físicas
  • Lesões à honra e à boa fama
  • Jogos de azar
  • Atos atentatórios à segurança nacional
  • Negociação habitual
  • Faltas reiteradas e pequenos atrasos

O trabalhador demitido por justa causa perde diversos direitos do empregado, como:

  • Acesso ao FGTS
  • Multa de 40% sobre o FGTS
  • 13º salário proporcional
  • Férias proporcionais com 1/3 constitucional
  • Parcelas do seguro-desemprego

Por outro lado, existem direitos que permanecem assegurados após a demissão por justa causa, como:

  • Saldo de salários
  • Férias vencidas com acréscimo de 1/3
  • Salário-família
  • Horas extras realizadas

O processo de demissão por justa causa deve seguir procedimentos legais rigorosos. O empregador é responsável por comprovar os motivos que levaram à demissão e deve comunicar o empregado de forma clara.

A partir daí, o setor de Recursos Humanos deve promover uma comunicação particular, esclarecer dúvidas e respeitar a integridade do colaborador durante o desligamento.

Vale lembrar que a demissão por justa causa não é registrada como uma ‘mancha’ na carteira de trabalho do empregado. Por isso, a divulgação indevida dessa informação pode resultar em ações por danos morais.

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Rescisão de Contrato e suas implicações

A rescisão de contrato é um ato que encerra o vínculo empregatício, podendo ocorrer por diferentes razões.

Essa rescisão pode ser decorrente de uma demissão por parte do empregador ou um pedido de demissão feito pelo empregado.

Quando um trabalhador é dispensado sem justa causa, ele tem direito ao recebimento de verbas rescisórias, que incluem o saldo de salário, 13º proporcional e férias proporcionais com acréscimo de 1/3.

Nesse caso, o empregador também é responsável pela indenização de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

No caso de pedido de demissão, o empregado não apenas renuncia a alguns direitos, mas também pode ser obrigado a indenizar o empregador pelos prejuízos decorrentes da rescisão antecipada do contrato, limitados ao que receberia caso fosse a rescisão feita pelo empregado.

A ausência de aviso prévio, por exemplo, pode impactar consideravelmente as verbas rescisórias a que ele teria direito.

A seguir, listamos as principais implicações trabalhistas de cada tipo de demissão:

Tipo de Rescisão Verbas Rescisórias
Rescisão por prazo determinado Saldo de salário, 13º proporcional, férias proporcionais com 1/3 e FGTS liberado sem indenização
Dispensa sem justa causa Verbas rescisórias e indenização de 50% dos salários restantes do contrato
Pedido de demissão Direitos rescisórios limitados e obrigação de indenizar o empregador
Dispensa com justa causa Apenas saldo de salário
Rescisão indireta Saldo de salário, 13º proporcional, férias proporcionais com 1/3 e FGTS

Conhecer as implicações da rescisão de contrato é o melhor caminho para que trabalhadores e empregadores possam agir de maneira consciente, evitando conflitos e assegurando que todos os direitos sejam respeitados e cumpridos.

Quais são os motivos para Demissão Imediata?

Diversos fatores podem levar um colaborador a solicitar a demissão imediata, sem cumprimento do aviso prévio.

Na prática, um dos principais motivos para demissão imediata é a insatisfação no ambiente de trabalho, o que pode incluir desde descontentamento com as funções desempenhadas até um ambiente hostil.

Conflitos relacionados à cultura organizacional também podem contribuir para essa decisão, impactando a produtividade e o bem-estar do colaborador.

Sob o mesmo ponto de vista, situações como assédio moral ou a exposição a condições que coloquem em risco a saúde do trabalhador necessitam ser consideradas.

Em contextos onde há desrespeito às normas de convivência e ética, fica evidente a urgência na tomada de decisão.

Como fazer o pedido de demissão imediata

Para fazer um pedido de demissão imediata, o colaborador deve seguir alguns procedimentos que garantem a clareza e a legalidade do ato.

O primeiro passo envolve uma conversa direta com o superior imediato, onde o empregado pode expor as razões do seu pedido.

A comunicação inicial ajuda a manter um bom relacionamento, mesmo durante o desligamento.

Após a conversa, o próximo passo é redigir uma carta de demissão que sirva como documento oficial do pedido de saída. A carta de demissão deve incluir informações como:

  • Nome completo do colaborador
  • Cargo ocupado
  • Data de início das atividades na empresa
  • Data proposta para término do contrato
  • Razão, de forma breve e respeitosa, para a demissão

Além de ser uma prática recomendada, a carta de demissão protege o colaborador juridicamente e facilita a organização da empresa em relação à transição.

Se o pedido de demissão for feito sem aviso prévio, a formalização por escrito se torna ainda mais necessária para evitar mal-entendidos ou complicações futuras.

Veja mais detalhes na tabela abaixo:

Informação Detalhe
Comunicação Inicial Conversar com o superior direto
Carta de Demissão Documento essencial para formalizar o pedido
Clareza e Profissionalismo Agradecer pela oportunidade e manter tom respeitoso
Razões para a Demissão Indicar motivos como novas oportunidades ou projetos pessoais

Seguir esses passos para formalizar pedido de demissão ajuda a garantir um desligamento harmonioso e organizado, mesmo em caso de desligamento imediato.

O que o colaborador perde com a demissão imediata?

Optar pela demissão imediata pode parecer uma solução prática, mas traz perdas que o trabalhador deve considerar cuidadosamente.

A seguir, algumas das principais consequências:

  • Perda do aviso prévio: O colaborador que pede demissão imediata perde o direito ao pagamento do aviso prévio de 30 dias, o que pode representar uma significativa perda financeira.
  • Acesso ao FGTS: Ao solicitar a demissão sem aviso prévio, o empregado não consegue sacar o FGTS e perde a multa de 40% sobre o mesmo.
  • Direitos trabalhistas limitados: O trabalhador deixa de ter acesso ao seguro-desemprego, um suporte importante em momentos de transição profissional.

Apesar dessas perdas, o colaborador mantém alguns direitos. Ele pode receber:

  • Saldo de salário proporcional aos dias trabalhados no mês da demissão;
  • Férias proporcionais acrescidas de um terço;
  • Décimo terceiro salário proporcional.

Por isso, é importante que o trabalhador verifique se há horas extras pendentes, uma vez que devem ser pagas até o décimo dia após a rescisão.

Quais são as alternativas à Demissão Imediata?

Ao considerar opções de desligamento, existem variantes que podem ser mais vantajosas do que a demissão imediata.

Uma opção a ser analisada é a rescisão indireta, que ocorre quando o empregador descumpre cláusulas do contrato de trabalho, levando o colaborador a solicitar sua saída.

Esse tipo de rescisão assegura ao empregado certos direitos, porém implica em algumas perdas, como uma parte do FGTS.

Outra alternativa é a demissão por acordo, que foi introduzida pela Reforma Trabalhista de 2017. Nessa modalidade, empregado e empregador negociam os termos da rescisão.

O trabalhador, nesse cenário, pode receber pelo menos 50% do aviso prévio, ter acesso a 80% do saldo do FGTS, além de férias proporcionais e décimo terceiro salário.

A opção garante um equilíbrio entre os direitos de ambos os lados. Veja mais detalhes na tabela abaixo:

Tipo de Rescisão Vantagens Desvantagens
Rescisão Indireta Oportunidade de sair devido a descumprimento contratual Perda de parte dos direitos, como multa de 40% do FGTS
Demissão por Acordo Negociação que assegura direitos como 80% do FGTS e férias proporcionais Requer consenso e documentação adequada para garantir direitos
Demissão Imediata Desligamento rápido sem necessidade de cumprimento de aviso prévio Perda de direitos como saque do FGTS e multa de 40%

Optar por alternativas à demissão imediata pode prevenir a perda de direitos e assegurar uma saída mais planejada da empresa.

Seja como for, vale a pena avaliar cada uma das opções de forma criteriosa, considerando as implicações legais e financeiras para não comprometer a estabilidade.

FAQ

O que é uma demissão imediata?

A demissão imediata é quando o empregado solicita sua saída da empresa sem cumprir o aviso prévio de 30 dias, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Quais são os direitos do empregado em uma demissão imediata?

O colaborador que pede demissão imediatamente pode perder diversos direitos trabalhistas, como o acesso ao seguro-desemprego e ao saque do FGTS, entre outros benefícios.

Quais são as principais causas para uma demissão por justa causa?

A demissão por justa causa pode ocorrer por faltas graves, como indisciplina, embriaguez, desídia, abandono de emprego, entre outras, conforme descrito na CLT.

Como posso formalizar um pedido de demissão imediata?

Para formalizar um pedido de demissão imediata, é recomendado comunicar o superior imediato e redigir uma carta de demissão que inclua seus dados pessoais, cargo e a data proposta para o término.

O que é rescisão de contrato?

A rescisão de contrato refere-se ao encerramento do contrato de trabalho, que pode ocorrer por vontade do empregador, pedido de demissão do empregado, ou consensualmente entre as partes.

Quais perdas o colaborador enfrenta ao optar por demissão imediata?

Com a demissão imediata, o trabalhador pode perder o direito ao seguro-desemprego, à multa do FGTS e a possibilidade de saque do fundo, impactando financeiramente sua busca por novas oportunidades.

Quais alternativas existem à demissão imediata?

Alternativas à demissão imediata incluem a rescisão indireta, quando o empregado se demite devido a falhas do empregador, e a demissão em comum acordo, que garante alguns direitos ao trabalhador.

Como a CLT regula a demissão imediata?

A CLT regula a demissão imediata estabelecendo normas que protegem os direitos do trabalhador, ressaltando a importância de estar ciente das implicações antes de formalizar a demissão.

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