Adicional de transferência: Conheça os pontos importantes desse direito trabalhista!

Confira tudo sobre o adicional de transferência. Esse tipo de compensação salarial faz bastante diferença na hora de resolver mudar de região. Veja mais neste artigo!
Sumário
adicional de transferencia

Muitas empresas mudam temporariamente seu local de trabalho devido a reformas, construção de nova sede ou enquanto estão na busca por um mercado melhor. Nesses casos, todos funcionários transferidos possuem o direito a um adicional de transferência CLT.

Esse adicional é um direito trabalhista que atua como um tipo de compensação ao trabalhador pela modificação de sede, mudança temporária de contrato e o deslocamento do profissional até o novo local de trabalho. Confira abaixo tudo que você precisa saber sobre o adicional de transferência!

O que significa o adicional de transferência?

Como falamos anteriormente, o adicional de transferência é um tipo de benefício trabalhista. Ele é direcionado para os trabalhadores que irão exercer suas atividades de trabalho em uma nova região, necessitando se mudar para um local diferente de maneira provisória.

Esse adicional é uma forma de compensar a modificação do contrato de trabalho, visto que o contrato de trabalho possui clausulas que determinam o local da prestação de serviço pelo trabalhador. Nos casos em que ocorre uma mudança de local, necessitando de uma transferência, é dado o adicional para compensar a quebra temporária de contrato.

Com isso, é previsto um pequeno adicional sobre o salário total do trabalhador (incluindo as horas extras, férias, etc.).

Vale lembrar que para o adicional de transferência é preciso que o trabalhador mude de residência. Nos casos em que a mudança não é necessária, o adicional não é realizado.

De quanto é esse adicional?

O adicional de transferência por Lei não pode ser inferior a 25% do salário total do trabalhador. Dessa forma, a empresa é livre para propor um adicional maior, visando a manutenção do trabalhador e a gestão de talento.

Com isso, caso o trabalhador possua um salário total de R$ 3000,00 o seu adicional de transferência de 25% será de R$ 750,00, totalizando o novo salário de R$ 3750,00 todo mês até o fim da transferência provisória.

Requisitos para se ter direito a esse adicional

Existem alguns requisitos básicos para se ter direito ao adicional de transferência. A empresa e o trabalhador devem ter atenção a estes requisitos para garantir que o pagamento ocorrerá corretamente.

Os principais requisitos são:

  • Ser uma transferência temporária e não definitiva;
  • Ocorrer uma mudança de residência;
  • Ser uma mudança de local (cidade, estado ou país);
  • Transferência solicitada pela empresa;
  • Demonstrar a necessidade de mudança de local.

Com base nesses requisitos, fica claro que caso o trabalhador tenha solicitado a transferência, a empresa não é obrigada a fornecer o adicional, visto que a decisão não partiu dela.

Além disso, muito se discute sobre o limite de uma transferência provisória para ser considerada definitiva. De forma geral, não existe um prazo limite para uma transferência provisória, no entanto a Lei entende que prazos maiores do que 2 anos podem ser considerados como definitivos, suspendendo o direito ao adicional.

O que diz a Consolidação das Leis do Trabalho

Com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) existem dois artigos importantes que tratam sobre o adicional de transferência.

O primeiro deles, é o artigo 469, no qual deixa claro a proibição da transferência, apenas em algumas exceções.

  • Artigo 469: Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

Assim, com base nos parágrafos subsequentes ao artigo 469, a transferência só tem validade nas seguintes situações:

  • Caso a transferência seja de cargos de confiança;
  • Caso exista alguma condição explícita ou implícita que justifique a transferência;
  • Se o local atual de trabalho seja extinto, necessitando de um novo local.

Nas demais situações, a transferência de localidade só poderá ser realizada de forma temporária, sendo a empresa obrigada a pagar o adicional de pelo menos 25% sobre o salário que o trabalhador já recebe no atual cargo de trabalho. Esse adicional irá durar até o final da transferência provisória.

Além disso, o artigo 470 deixa claro que “As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador”. Nesse caso, estão incluídas as despesas com a mudança e alocação do profissional até a sua estabilização.

Quando o funcionário não tem direito

Como falamos anteriormente, existem algumas situações específicas em que a transferência pode ser realizada e o trabalhador terá direito ao adicional em seu salário. Nos casos em que esse direito é negado, ocorre devido a 3 situações:

  • Quando a transferência é definitiva e não temporária;
  • Quando é o profissional que solicita a transferência;
  • Quando o funcionário transferido não necessita mudar de residência para o novo local de trabalho (como ocorre em muitas transferências no mesmo município).

O que é considerado uma transferência provisória ou definitiva

Como você pôde observar ao longo do texto, o adicional de transferência é direcionado apenas para os profissionais que fizeram uma transferência provisória solicitada pela empresa. Mas o que se configura como uma transferência provisória ou definitiva?

Transferência definitiva

É a mudança definitiva do profissional. Nesse caso, ele é transferido para a nova região, sem perspectiva de voltar. Geralmente durante o processo seletivo, o trabalhador é questionado se possui a possibilidade de transferência.

Esse tipo de transferência é comum em grandes empresas que possuem suas filiais espalhadas por diversas cidades e estados. Se a transferência for do tipo definitiva, a empresa apenas necessita arcar com os custos da mudança do profissional, e ele não irá receber o adicional de transferência.

Transferência provisória

O trabalhador é transferido por um período de tempo, podendo ser pré-determinado ou não. Geralmente se considera um período de até 2 anos como provisório.

Esse tipo de transferência ocorre em sua maioria nos casos em que o profissional é chamado para resolver alguma questão em uma filial. Um exemplo é quando um gestor é transferido para uma filial para elevar as vendas. Nesse tipo de transferência, é obrigatório o adicional de 25%

Como calcular o adicional de transferência

O adicional de transferência não deve ser inferior a 25% do salário total. Esse salário total é o valor líquido do salário, contabilizando todos os benefícios e os descontos obrigatórios.

Assim, são incluídos os valores de:

Da mesma forma, os descontos também são contabilizados, como:

Para se ter o valor correto do salário do profissional com base nas suas horas trabalhadas, é necessário ter como aliado um sistema de ponto digital, como o Genyo. Através dele, o trabalhador registra o ponto do próprio celular ou computador, evitando os casos de ausência de registro ou alteração. Confira mais em nosso site!

Dessa forma, para calcular o valor do adicional de transferência é preciso somar todos os adicionais do salário, assim como realizar os descontos obrigatórios. Após isso, com o valor do salário líquido, basta acrescentar a porcentagem do adicional.

Digamos que um trabalhador recebe R$ 4000,00, tendo um adicional de transferência de 25%, ele passará a receber por mês R$ 5000,00.

Por fim, vale lembrar que o adicional de transferência é de natureza salarial, portanto, mesmo sendo um benefício ele não é uma indenização. Devendo, portanto, estar presente no contracheque do profissional, sendo reajustado com base no valor recebido em cada mês.

Caso o salário do trabalhador aumente, o valor equivale aos 25% do adicional também irá aumentar!

Mudança de local de trabalho X Transferência

A mudança de local de trabalho é diferente de uma transferência. Quando uma empresa decide mudar o seu local, geralmente ela continua ainda na mesma cidade, modificando apenas a sua sede, geralmente indo para outro bairro melhor localizado.

Quando isso ocorre o profissional não necessita se mudar, apenas alterar a sua rotina e seu trajeto diário até o trabalho. Dessa forma, isso não se aplica ao adicional de transferência.

No caso da transferência, o novo local em que o trabalhador irá exercer sua função implica também na mudança de residência. Nesses casos, a empresa transfere o profissional para um lugar distante, geralmente outra cidade ou estado, arcando com as despesas da mudança.

Principais dúvidas sobre a transferência

adicional de transferencia

Quando se trata de transferência profissional é comum o surgimento de diversas dúvidas, visto que não é tão comum esse tipo de transferência. Trabalhador e empresas devem conhecer todos os pontos referentes a esse tipo de transferência e seu adicional para evitar erros.

Confira abaixo algumas respostas importantes para as principais dúvidas.

Como ocorre caso o trabalhador já resida em outras cidades?

Muitas pessoas acreditam que por morar em uma cidade diferente da sede da empresa necessita receber um adicional de transferência.

No entanto isso não é verdade. Caso o profissional resida em uma cidade ou área metropolitana diferente da empresa, ele não receberá um adicional por isso. O trabalhador tem direito apenas a um vale transporte compatível com a distância da sua residência até o trabalho.

Por região metropolitana, entende-se as cidades menores que estão próximas a uma cidade de grande porte. Isso ocorre em muitas capitais, como por exemplo em São Paulo, onde muitos trabalhadores residem na região metropolitana, como Osasco e Guarulhos.

O que ocorre caso a transferência passe a ser definitiva

Muitas vezes o profissional transferido se adapta tão bem ao novo local de trabalho que deseja permanecer nele. Nesse caso, se também for de interesse da empresa, a transferência deixa de ser provisória e passa a ser permanente.

Nesses casos, a legislação deixa claro que o trabalhador perde o direito do adicional de transferência após o fim do prazo estipulado da transferência provisória. Assim, o contrato do trabalhador é renovado se tornando de tipo permanente.

O funcionário pode solicitar a transferência?

Como falamos ao longo do texto, o profissional pode sim solicitar sua transferência, como por exemplo para outra sede da empresa. No entanto, infelizmente ele não terá direito a receber o adicional de transferência.

Junto a isso, vale lembrar que a empresa também não possui a obrigação de arcar com os custos da transferência do trabalhador, como moradia, transporte, etc. Todos os gastos com a mudança e adaptação do trabalhador fica por conta própria.

O funcionário pode recusar a transferência?

Em alguns casos, o trabalhador está satisfeito com o local em que reside e não deseja mudar de região por conta da empresa. Nessas horas, uma dúvida que surge é que: é possível o trabalhador recusar uma transferência?

Com base no que diz a CLT, o trabalhador deve ser informado sobre a transferência e não pode ocorrer sem o seu conhecimento.

No entanto, existem alguns casos em que o trabalhador é obrigado a aceitar a transferência:

  • Caso ele possua um cargo de confiança;
  • Caso o local atual de sua empresa seja extinto;
  • Caso o seu cargo ou função estimule mudanças constantes;
  • Caso seja uma transferência provisória.

Dessa forma, a transferência provisória é obrigatória. O profissional que recusar a transferência pode ser considerado como um motivo de demissão.

Conclusão

Como conclusão, a transferência provisória de trabalhadores pode ser uma prática comum em algumas empresas, principalmente aquelas que possuem sedes em diversas cidades e estados. No entanto, a transferência provisória também pode ocorrer nos casos de extinção do local de trabalho atual ou em cargos de confiança.

Esse tipo de transferência oferece vantagens para o profissional, no qual consegue expandir as suas competências profissionais e auxiliar no crescimento de sua carreira. Porém, nem todos trabalhadores conseguirão se adaptar a uma mudança de região, ficando longe da família, amigos e colegas de trabalho.

Com a transferência provisória também é dado um adicional de transferência. Esse adicional não pode ser inferior a 25% do salário líquido. Esse valor é oferecido como uma compensação pela mudança de região e quebra de contrato.

Junto a isso, a empresa é obrigada a arcar com os custos da mudança, como transporte, residência, acomodação, etc. Além disso, o adicional de transferência também é uma maneira de tornar a transferência mais atraente e menos impactante para o profissional.

Se você gostou desse conteúdo e quer ler mais sobre esses e outros temas relacionados ao mercado de trabalho, gestão de pessoas, RH e controle de ponto, confira aqui em nosso Blog.

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