Presenteísmo no trabalho: o que é, impacto, como prevenir e combater

O presenteísmo no trabalho é uma realidade que afeta boa parte das organizações e seus colaboradores. Uma pesquisa realizada no Reino Unido indicou que 80% dos profissionais reconhecem a presença desse fenômeno no ambiente de trabalho.

Sendo assim, o que é presenteísmo? Em termos práticos, podemos dizer que ele acontece quando os trabalhadores estão presentes na empresa, mas pouco interessados no trabalho propriamente dito.

• A partir daí, compreender as causas do presenteísmo é o primeiro passo para combatê-lo.

Demandas excessivas, insatisfação com o ambiente, problemas de saúde e questões pessoais são apenas alguns dos fatores que contribuem para esse problema.

Nesse contexto, implementar programas de qualidade de vida, fomentar uma cultura de feedback e estabelecer responsabilidades claras são algumas práticas que podem promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

No decorrer deste artigo, vamos explorar em detalhes o que é o presenteísmo no ambiente de trabalho, suas consequências e como as empresas podem combatê-lo efetivamente, promovendo a saúde mental e o engajamento da equipe!

O que é presenteísmo no trabalho?

O presenteísmo no trabalho refere-se à situação em que um funcionário está fisicamente presente no ambiente de trabalho, mas não consegue ou não deseja executar suas tarefas de forma eficiente.

A definição de presenteísmo envolve diversos fatores que podem impactar negativamente tanto o bem-estar do colaborador quanto a produtividade da equipe.

O fenômeno é mais insidioso do que o absenteísmo, uma vez que a presença do funcionário pode mascarar problemas sérios de saúde, estresse ou desmotivação.

Uma das principais características do presenteísmo é a queda na produtividade, frequentemente acompanhada de desinteresse e falta de iniciativa.

Os colaboradores que enfrentam esse problema também podem apresentar sintomas físicos e emocionais, como dores de cabeça e ansiedade, que comprometem seu desempenho.

Estima-se que cerca de 23% da população adulta sofra com presenteísmo, com índices ainda mais altos em setores industriais, atingindo 35%.

Reconhecer a presença do presenteísmo é o ponto de partida para que as empresas possam implementar práticas de prevenção e cuidados com a saúde dos funcionários.

Na prática, os sinais de alerta do presenteísmo incluem:

• Queda na produtividade.
• Falta de motivação.
• Problemas de saúde crônicos.
• Descontentamento com o trabalho.
• Falta de interação social saudável.

Desse modo, o presenteísmo é um desafio contínuo nas organizações e sua identificação precoce pode ajudar a promover ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.

Presenteísmo e absenteísmo: qual a diferença?

No universo corporativo, presenteísmo e absenteísmo são dois conceitos relacionados à presença ou ausência dos colaboradores no ambiente de trabalho.

Apesar de frequentemente comparados, tratam de situações opostas, mas igualmente desafiadoras para as empresas.

• Absenteísmo: diz respeito à ausência física do colaborador em sua função, seja ela justificada ou não.
• Presenteísmo: ocorre quando o profissional está presente no local de trabalho, mas não realiza suas atividades com total eficiência, geralmente devido a problemas de saúde, desmotivação ou outras questões.

O absenteísmo é mais perceptível, já que envolve faltas explícitas, enquanto o presenteísmo pode passar despercebido, embora também comprometa a produtividade.

Ambas as situações impactam o desempenho das equipes e demandam estratégias para criar um ambiente que favoreça a saúde e o engajamento.

Causas do presenteísmo no ambiente de trabalho

Como você já deve ter percebido, o presenteísmo tem se tornado um fenômeno alarmante nas organizações. As causas do presenteísmo são variadas e muitas vezes interligadas.

Entre os fatores mais comuns, destacam-se:

• Excesso de carga de trabalho: Demandas excessivas podem resultar em estresse intenso, comprometendo a saúde mental e física dos colaboradores.
• Problemas emocionais: Questões de saúde mental, como ansiedade e angústia, desempenham um papel crucial, tornando difícil para os funcionários se concentrarem em suas tarefas.
• Ambiente hostil: A falta de um clima organizacional positivo, caracterizado por más relações interpessoais, pode elevar a insatisfação no trabalho.
• Falta de reconhecimento: A ausência de feedback e valorização profissional pode levar ao desinteresse, gerando um ciclo de presenteísmo.
• Conflitos pessoais: Problemas familiares ou financeiros frequentemente interferem na produtividade, causam desconcentração e aumentam a desconexão emocional com o trabalho.
• Problemas de saúde não tratados: Questões de saúde, tanto físicas quanto mentais, frequentemente permanecem ocultas, mas impactam diretamente a capacidade de trabalho.
• Desalinhamento de propósito: A falta de desafios que façam sentido e a ausência de um propósito claro podem levar à apatia, resultando em presença física sem engajamento.

Somados, esses fatores contribuem para que, mesmo pela presença física no trabalho, os colaboradores fiquem mentalmente ausentes.

Impacto do presenteísmo no desempenho dos funcionários

O presenteísmo representa um desafio significativo para as empresas, causando um impacto considerável no desempenho dos colaboradores.

A presença física sem o engajamento mental resulta em baixa produtividade e uma clara queda na qualidade do trabalho.

Funcionários que enfrentam estresse, angústia ou problemas de saúde frequentemente apresentam dificuldades em manter o foco, levando a erros frequentes e entregas incompletas.

Estudos apontam que a perda de produtividade relacionada ao presenteísmo pode ser até três vezes superior à do absenteísmo, evidenciando a gravidade do problema.

Nesse contexto, a produtividade dos colaboradores pode ser drasticamente comprometida, impactando negativamente os resultados financeiros da empresa.

Por isso, as melhorias nas condições de trabalho são urgentes, pois a falta de estratégias podem resultar em investimentos ineficazes e custos elevados para a organização.

Uma análise de custos mostra que o presenteísmo afeta não apenas o desempenho individual, mas também o coletivo, exigindo um alerta sobre a importância de promover um ambiente saudável e engajador.

Medidas como a definição de objetivos claros, qualificação das lideranças e o uso de tecnologias gerenciais podem ser grandes aliadas no combate a esse problema, proporcionando um retorno positivo nos investimentos em programas de bem-estar.

Consequências do presenteísmo para a empresa

O presenteísmo representa um desafio crescente que pode gerar sérias consequências para a empresa.

Com 23% dos adultos no Brasil sofrendo com esse problema, o fenômeno afeta diretamente a produtividade e pode acarretar um impacto financeiro significativo.

Estima-se que as perdas de produtividade decorrentes do presenteísmo podem chegar a até US$ 42 bilhões por ano em empresas brasileiras.

Além da diminuição da eficiência dos colaboradores, a insatisfação no trabalho se torna uma realidade comum.

Funcionários que lidam com estresse e ansiedade frequentemente estão mais propensos a cometer erros, o que pode prejudicar a qualidade do trabalho e, consequentemente, a reputação da organização.

A médio e longo prazo, essas falhas geram não apenas retrabalho, mas também a possibilidade de perda de clientes e receita.

Na esfera do clima organizacional, o presenteísmo cria um ambiente tóxico, onde a moral da equipe se deteriora e a motivação é comprometida.

Isso pode resultar em um aumento das taxas de turnover, gerando despesas adicionais com contratações e treinamento de novos colaboradores.

Por isso, o investimento na saúde mental e no bem-estar dos funcionários é instrumental para evitar esses impactos negativos e fortalecer a cultura da organização.

Como prevenir o presenteísmo: dicas práticas

A prevenção do presenteísmo exige ações que promovam um ambiente de trabalho saudável.

Entre as práticas mais recomendadas está a criação de políticas que favoreçam a qualidade de vida dos colaboradores.

A estratégia pode incluir a adoção de horários flexíveis, bem como a implementação de programas de saúde mental que ajudem os funcionários a lidarem com as demandas do dia a dia.

A comunicação aberta é um fator que não pode ser ignorado. Afinal, os colaboradores que se sentem valorizados tendem a se engajar mais e a melhorar sua performance.

Além disso, o reconhecimento individual incentiva o trabalho em equipe, criando um ambiente colaborativo. Tais medidas ajudam a minimizar as consequências negativas do presenteísmo.

Integrar um programa de qualidade de vida efetivo ao ambiente corporativo pode ser um diferencial importante.

Para isso, vale a pena considerar serviços e benefícios que melhorem o bem-estar emocional, físico e financeiro dos colaboradores.

Confira algumas orientações na tabela abaixo:

E quando o presenteísmo já é observado, como combatê-lo? Vale a pena adotar as estratégias que vamos mostrar abaixo; continue lendo.

Como combater o presenteísmo no trabalho?

Para lidar efetivamente com o presenteísmo, as empresas devem implementar estratégias que priorizem a promoção da saúde e o bem-estar dos colaboradores.

Uma abordagem abrangente começa com a criação de uma cultura que valorize a saúde mental e física. Da mesma forma, recomendamos adotar as dicas práticas abaixo:

• Fomentar a comunicação aberta entre colaboradores e líderes, permitindo que os funcionários expressem suas preocupações e necessidades sem medo de retaliação.
• Realizar reuniões individuais regulares para entender o bem-estar de cada funcionário e identificar possíveis fatores que contribuem para o presenteísmo.
• Reconhecer e valorizar os esforços dos colaboradores, criando um ambiente que incentiva a produtividade e o comprometimento.
• Oferecer benefícios que promovam a saúde, como planos de saúde abrangentes, dias de folga remunerados e horários de trabalho flexíveis.
• Implementar treinamentos que desenvolvam habilidades e aumentem o engajamento, reduzindo assim os níveis de estresse e desmotivação.

Nessa mesma perspectiva, capacitar líderes para que estabeleçam relações mais próximas com os colaboradores pode ser uma ferramenta poderosa na mitigação do presenteísmo.

A compreensão das causas e impactos desse fenômeno é um bom caminho para elaborar táticas eficazes, trazendo benefícios tanto para os funcionários quanto para as organizações.

Gestão do presenteísmo no ambiente corporativo

A gestão do presenteísmo é um aspecto cada vez mais relevante nas empresas brasileiras.

Nesse contexto, o monitoramento da saúde dos colaboradores se torna instrumental para identificar e abordar os sinais de presenteísmo, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Como você já deve ter percebido, uma alta taxa de presenteísmo afeta diretamente a performance e a motivação das equipes, similar ao impacto do absenteísmo.

Dessa forma, implementar táticas eficazes de comunicação interna ajuda na identificação de problemas que podem levar ao presenteísmo.

• Por exemplo, pesquisas de clima organizacional fornecem insights valiosos sobre a satisfação dos funcionários e as possíveis causas desse fenômeno.

Similarmente, avaliações de desempenho regulares permitem que os gestores identifiquem áreas que impactam o bem-estar e a produtividade dos colaboradores.

Dados recentes revelam que, no Brasil, apenas 27% dos trabalhadores se sentem engajados. Nesse cenário, os transtornos mentais figuram como uma das principais causas de afastamento, como reportado pelo Tribunal Superior do Trabalho.

Em termos práticos, estabelecer uma comunicação clara e aberta permite que os funcionários expressem preocupações antes que se tornem problemas maiores, melhorando a gestão do presenteísmo.

Investir na gestão do presenteísmo possibilita um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável.

Com atitudes focadas no monitoramento da saúde e estratégia de comunicação interna, as empresas podem reduzir os índices de presenteísmo, garantindo que seus colaboradores se sintam valorizados e engajados.

Liderança e seu papel na redução do presenteísmo

Os líderes devem assumir um papel de protagonismo na redução do presenteísmo em uma organização.

Ao estabelecer um ambiente positivo e inspirador, eles incentivam o engajamento e o reconhecimento entre os colaboradores.

Modelar comportamentos saudáveis é uma boa estratégia, pois quando os líderes demonstram comprometimento com o bem-estar da equipe, cria-se um impacto significativo na produtividade.

Uma comunicação clara e um feedback construtivo também estão entre os elementos que os líderes devem adotar.

Isso ajuda a identificar problemas que possam afetar o desempenho e, da mesma forma, promove um espaço onde os colaboradores se sentem à vontade para expressar suas preocupações.

Ao serem acessíveis e abertos às necessidades da equipe, os líderes cultivam um clima organizacional que minimiza o presenteísmo.

Nessa mesma perspectiva, reconhecer as conquistas individuais e coletivas reforça a motivação da equipe.

Estruturas que favorecem o reconhecimento contribuem para a construção de um senso de pertencimento entre os colaboradores, aumentando o engajamento e, consequentemente, diminuindo os índices de presenteísmo.

Saúde mental contra presenteísmo no trabalho

A promoção da saúde mental no trabalho é um passo imprescindível para criar um ambiente saudável, onde os colaboradores se sintam valorizados e apoiados.

Considerando que uma pessoa passa em média um terço de sua vida trabalhando, as empresas devem implementar estratégias que favoreçam o autocuidado e o bem-estar emocional.

Oferecer recursos como aconselhamento, programas de bem-estar e incentivo ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal são estratégias que ajudam a prevenir problemas relacionados ao presenteísmo.

Com quase 52% dos trabalhadores brasileiros relatando ansiedade no ambiente de trabalho, conforme um estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, as organizações precisam abordar essas questões com seriedade.

Sendo assim, investir na saúde mental melhora a vida dos colaboradores, e pode resultar em benefícios significativos para a empresa, como aumento da produtividade e a diminuição do absenteísmo.

Ao reduzir o estigma que cerca as questões de saúde mental, as empresas cultivam um ambiente mais inclusivo e solidário. 

Implementar programas de apoio à saúde mental, realizar treinamentos sobre gestão de estresse e conduzir pesquisas de satisfação são ações que podem fazer uma diferença real.

Com isso, não apenas se promove a saúde mental no trabalho, mas também se melhora a dinâmica organizacional e se retém talentos na empresa.