Horário de verão vai voltar? Conheça os prós e contras para empresas

O debate sobre o possível retorno do horário de verão no Brasil tem ganhado força, especialmente em um cenário marcado por seca recorde e desafios no consumo de energia.

De acordo com declarações recentes de representantes do Governo Federal, o gabinete presidencial deve se manifestar até o final da semana e revelar se o horário de verão vai voltar de verdade.

Por outro lado, desde que a prática foi abolida em 2019, surgem questionamentos sobre a eficácia da medida e como seus impactos podem afetar o ambiente empresarial atual.

Com a expectativa da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias: surge a dúvida: quais são os impactos do horário de verão para empresas? E, ainda mais importante: será que o horário de verão será realmente retomado?

Para entender para que serve o horário de verão, e saber se ele volta em 2024 ou 2025; continue lendo!

O que é o horário de verão?

O horário de verão é uma prática que consiste em adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais quentes do ano.

A definição de horário de verão trata da estratégia de aproveitar melhor a luz solar, reduzindo assim o consumo de energia elétrica.

Essa iniciativa foi implementada no Brasil a partir de 1931, visando não apenas a economia de energia, mas também proporcionando mais tempo para atividades ao ar livre.

Em termos práticos, o horário de verão geralmente ocorre entre outubro e fevereiro, período em que os dias são mais longos e a luz natural é abundante.

Isso permite que as pessoas realizem suas atividades diárias, como comércio e lazer, com mais iluminação, o que reduz a dependência de fontes artificiais de luz e traz benefícios tanto para consumidores quanto para empresas.

Entretanto, o horário de verão também é alvo de críticas. Alguns especialistas afirmam que o método não funciona para economia de energia, enquanto outros defendem o retorno das horas especiais.

O debate se intensifica ainda mais em 2024, ano em que o Brasil sofre uma seca histórica que se estende por todo o território nacional.

Com alguns estados há mais de 100 dias sem chuva, cresce também a possibilidade de apagões e falhas no abastecimento energético.

É por isso que, atualmente, o Governo Federal estuda a possibilidade de voltar com o horário de verão.

História do horário de verão no Brasil

A cronologia do horário de verão no Brasil teve início em 1931 com a implementação da medida por Getúlio Vargas.

O objetivo inicial era promover a economia de energia elétrica em um país que passava por um crescimento acelerado.

Desde então, o histórico do horário de verão revela um percurso marcado por várias interrupções e mudanças, com restabelecimento em 1985 e sua adoção como prática anual até 2019.

Durante sua existência, o horário de verão enfrentou tanto críticas quanto defesas em diferentes momentos.

A justificativa para a extinção do horário de verão foi apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro, que argumentou que a economia de energia se tornara irrelevante.

Mudanças nos hábitos de consumo, como o uso intensivo de ar-condicionado, foram apontadas como fatores que diminuíram a eficiência da medida ao longo do tempo.

É interessante notar que, ao longo das décadas, diferentes estados brasileiros adotaram a mudança de horário com variações, refletindo as condições climáticas e necessidades locais, o que tornou a discussão sobre a continuidade ou não do horário de verão ainda mais complexa.

Para que serve o horário de verão?

A função do horário de verão é clara: otimizar o uso da luz natural, contribuindo para a economia de energia. 

Ao adiantar os relógios, as pessoas podem desfrutar de mais horas de luz solar durante a tarde e a noite, reduzindo o consumo de energia elétrica, especialmente em iluminação.

No entanto, estudos recentes indicam que a eficácia dessa estratégia vem diminuindo.

Apesar das expectativas em torno da economia de energia, o aumento no uso de aparelhos eletrônicos, em especial os ar-condicionados, tem neutralizado parte dos benefícios.

• Em 2018, por exemplo, a redução no consumo foi registrada em apenas 0,4%. 

Os números questionam a relevância do horário de verão em um cenário de crescente dependência de tecnologias que exigem mais energia.

Como citamos anteriormente, as mudanças nas práticas e estilos de vida podem afetar o impacto do horário de verão na economia energética propriamente dita.

Enquanto o objetivo inicial era promover a economia de energia, a situação atual mostra que a realidade energética é mais complexa do que nunca.

Quando o horário de verão acabou?

O horário de verão deixou de existir no Brasil em 2019.

Essa decisão foi tomada pelo governo de Jair Bolsonaro, que optou por encerrar a prática após um estudo detalhado. O estudo indicou que a economia de energia esperada não estava se materializando.

Em parte, isso aconteceu devido ao aumento do consumo de energia durante as horas de pico, quando acabou o horário de verão.

O fim do horário de verão foi marcada por um amplo debate marcado por contribuições de diversos setores da sociedade.

Muitas discussões seguiram essa decisão, especialmente considerando as condições hidrológicas e climáticas que o Brasil enfrenta atualmente.

A extinção do horário de verão foi um ponto de virada nas políticas energéticas do país, influenciando diversos setores da economia.

O tema continua a ser relevante, pois a sociedade busca soluções para a gestão de energia em momentos de crise hídrica.

Horário de verão vai voltar? Entenda o debate

O governo brasileiro, através do Ministério de Minas e Energia, está analisando a possibilidade de voltar com o horário de verão.

Esta decisão surge em meio a um cenário de seca severa e alto consumo de energia elétrica em todas as regiões do Brasil.

O ministro Alexandre Silveira destacou que essa medida pode aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, especialmente durante os horários de pico de consumo.

Em uma entrevista recente à imprensa, o ministro chamou a extinção do horário de verão de “insanidade“, e disse que a decisão foi tomada por motivações políticas e ideológicas.

“O governo anterior cometeu a insanidade de, só por ser do contra e não acreditar na ciência, acabar com o horário de verão. Ele não acabou justificadamente, acabou porque entendia que era bom politicamente. Nós não podemos olhar dessa forma. Estamos olhando com tecnicidade e profundidade. O Brasil voltou a ter política pública, sentar na mesa e se preocupar com os problemas reais da sociedade”, comentou Silveira.

Segundo o ministro, caso o horário de verão seja retomado, o adiantamento de uma hora nos relógios pode resultar em uma considerável diminuição na urgência dos despachos nas usinas térmicas.

Em termos mais práticos, a potencial volta do horário de verão pode contribuir para a geração de energia solar e manter a segurança energética dos brasileiros.

“O que dá segurança energética para o sistema ainda são as nossas hidrelétricas, que são energias firmes e moduláveis, as nossas (usinas) nucleares, e as nossas térmicas. Quando nós perdemos no final da tarde os 26 gigas de energia solar, porque naturalmente o Sol vai embora e a gente não gera essa energia, nós precisamos de fazer mais despacho de térmica, e com isso a gente diminui a resiliência do sistema”, explica.

Quando Horário de verão vai voltar 2024?

Em meio a uma das maiores secas da histórica do Brasil, o Operador Nacional do Sistema (ONS), junto da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), deve apresentar nos próximos dias um estudo sobre a possível volta do horário de verão.

No final das contas, a decisão será do presidente. Ao que tudo indica, Lula não analisará somente as questões técnicas, mas também o impacto político da medida.

Afinal de contas, a possibilidade do horário de verão voltar em 2024 é algo que afeta a vida de todos os brasileiros.

Alexandre Silveira, por sua vez, afirma que a volta do horário de verão é “muito provável“, e que um plano detalhado de implementação será apresentado nos próximos 30 dias.

Logo, se você deseja saber se o horário de verão vai voltar 2024, a resposta é “provavelmente“.

Impactos do horário de verão para empresas

Agora que você já conhece mais detalhes sobre a possibilidade do horário de verão voltar em 2024, é hora de conferir os principais impactos que a implementação dessa estratégia pode trazer para a sua empresa.

De antemão, podemos dizer que o retorno do horário de verão pode trazer efeitos consideráveis para as empresas, afetando tanto o ambiente operacional quanto a dinâmica de trabalho.

Durante esse período, alguns setores, especialmente o comércio, tendem a se beneficiar com o aumento no fluxo de clientes nas horas noturnas, quando a iluminação natural se estende por mais tempo.

O mesmo pode ser dito sobre o setor de bares e restaurantes, um dos principais defensores da volta do horário de verão.

Por outro lado, empresas que dependem de produtividade em horários regulares podem enfrentar desafios.

Os efeitos do horário de verão sobre a rotina podem exigir adaptações nas folhas de pagamento e nos horários de trabalho, demandando um planejamento minucioso para minimizar interrupções nas operações.

Abaixo, listamos alguns dos efeitos esperados:

• Aumento no fluxo de clientes em setores como varejo e entretenimento.
• Necessidade de ajustes nas escalas de trabalho e folhas de pagamento.
• Impacto na produtividade em setores que operam em horários fixos.

Esses aspectos mostram que as empresas devem estar atentas aos impactos do horário de verão, analisando cuidadosamente como essa iniciativa pode afetar suas operações e a experiência do cliente.

Prós do horário de verão para empresas

O horário de verão pode trazer diversos benefícios para o setor empresarial e corporativo.

Com a extensão do dia, as empresas, particularmente no comércio e serviços, podem aproveitar uma maior exposição à luz natural, o que costuma resultar em um aumento no fluxo de clientes.

Estudos indicam que os estabelecimentos, como bares e restaurantes, podem registrar um aumento de faturamento de 10% a 15% durante esse período.

Os números se devem à possibilidade das pessoas desfrutarem de seus serviços por mais tempo ao ar livre, criando uma experiência mais agradável

Outro aspecto positivo é o estímulo econômico promovido pelo horário de verão.

Com mais luz disponível, as atividades ao ar livre se tornam mais atraentes, incentivando o uso de espaços públicos e a realização de eventos, o que beneficia toda a economia local.

Além disso, também pode contribuir com a mobilidade urbana, já que as pessoas tendem a se deslocar para lazer e compras durante o dia mais longo.

Existe também a questão da segurança. Com a iluminação natural no período noturno, muitas pessoas se sentem mais seguras nas ruas, o que dinamiza vários setores do comércio.

Contras do horário de verão para empresas

Apesar de algumas vantagens, as desvantagens do horário de verão podem impactar significativamente as operações empresariais.

Uma das principais complicações gira em torno da adaptação dos funcionários à mudança de horário.

Após 5 anos sem o horário de verão, o desconforto causado pela alteração pode afetar o desempenho da equipe, levando a uma possível queda na produtividade.

A diferenciação de horários entre estados que adotam o horário de verão e aqueles que não adotam também apresenta desafios para empresas que operam em múltiplas localidades ou prestam serviços à distância.

Essa situação pode gerar confusão tanto na comunicação interna quanto no atendimento ao cliente, além de dificultar a logística de transporte e entrega.

Por último, o contexto atual de consumo de energia faz com que as expectativas em torno da economia gerada pelo horário de verão sejam frequentemente questionadas.

“Nós estamos num período de calor intenso, onde as cargas mais utilizadas são ar-condicionado, condicionadores de ar, ventiladores. Essas cargas consomem bastante energia durante o período de verão, muito mais que a iluminação, até mesmo mais que o chuveiro”, explica o professor Luciano Duque, mestre em Energia Elétrica.

Muitas empresas podem não perceber os benefícios esperados, tendo que reconsiderar a necessidade de adotar essa prática em suas operações.

Setor empresarial quer a volta do horário de verão?

A opinião do setor empresarial sobre o retorno do horário de verão é bastante diversificada.

Muitos empresários acreditam que o retorno desse horário pode trazer benefícios, especialmente para segmentos como comércio, entretenimento e turismo.

A ampliação das horas de luz natural pode incentivar o consumo, resultando em mais visitantes, clientes e, consequentemente, aumento nas receitas.

Por outro lado, há cautela entre algumas empresas, que apontam que a mudança pode gerar confusão e impactos negativos na rotina de trabalho.

Pequenas empresas, em particular, podem enfrentar desafios de adaptação às novas condições de horário, o que levanta perguntas sobre a viabilidade da medida.

Como se preparar para a volta do horário de verão?

Se o horário de verão for reinstaurado, a preparação das empresas se torna essencial para garantir um funcionamento eficiente e produtivo.

O primeiro passo envolve a reavaliação de turnos de trabalho, permitindo que os colaboradores aproveitem ao máximo as horas de luz natural.

Essa estratégia pode fazer grande diferença ao manter a produtividade dos colaboradores, causando menos impacto na rotina diária.

Além disso, estratégias para empresas devem incluir a comunicação clara sobre as mudanças, tanto com os funcionários quanto com os clientes.

Campanhas informativas que expliquem os novos horários e como isso pode afetar serviços e operações podem ajudar a minimizar a confusão e a resistência à mudança.

A comunicação precisa ser cuidadosamente planejada para garantir que todos estejam alinhados e preparados. O setor de RH deve assumir a dianteira nesse processo.

Por fim, as empresas devem ficar atentas ao comportamento dos consumidores e ajustar suas operações para tirar pleno proveito da luz natural.

Isso pode incluir a criação de eventos específicos e promoções alinhadas que não apenas aproveitam a mudança de horário, mas também incentivam os clientes a aumentar suas compras, contribuindo assim para um desempenho econômico mais robusto.