Nos últimos meses, uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) que defende o fim da jornada 6×1 de trabalho ganhou destaque nas redes sociais e no parlamento brasileiro – com apoiadores e críticos se manifestando em todas as plataformas.
A partir daí, com o aumento da relevância dessa proposta, muitos se perguntam: quais são as escalas de trabalho mais comuns no Brasil?
Para solucionar essa dúvida, preparamos um guia com informações atualizadas sobre os principais tipos de escalas de trabalho, desde a polêmica 6×1 até a tradicional 5×2, passando também pelas particularidades da 12×36 e a tendência da 4×3.
De antemão, devemos salientar que conhecer as particularidades de cada uma dessas escalas é algo recomendado tanto para trabalhadores quanto para gestores e profissionais de RH.
Com isso em mente, confira abaixo o que é escala de trabalho e quais são as modalidades mais comuns no Brasil!
O que é escala de trabalho?
A definição de escala de trabalho refere-se à organização do tempo dedicado por um empregado às suas funções e ao período de descanso.
No Brasil, os tipos de escala de trabalho são fundamentados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece a duração padrão de 8 horas diárias, limitando a jornada semanal a 44 horas.
Exceções e adaptações são permitidas para atender a diferentes setores, permitindo jornadas reduzidas e compensação de horas quando necessário.
Com a Reforma Trabalhista de 2017, surgiu maior flexibilidade, possibilitando a adoção de escalas como banco de horas e a popular escala 12×36, que permite trabalhar por 12 horas seguidas seguidas de 36 horas de descanso, mediante acordo entre empregado e empregador.
Outros tipos relevantes incluem:
- Escala de trabalho 5×2: O colaborador trabalha cinco dias e descansa por dois, adequando-se ao limite de 44 horas semanais.
- Escala de trabalho 6×1: Comum em setores de varejo, onde o empregado trabalha seis dias e folga um.
- Escala de trabalho 12×36: Permite ao colaborador um regime de trabalho contínuo, indicado para atividades que exigem alta disponibilidade.
O cumprimento rigoroso dos intervalos para descanso e alimentação é instrumental para preservar os direitos dos trabalhadores e promover um ambiente laboral saudável.
A escolha do modelo de escala deve considerar a demanda e as necessidades de cada empresa, com a utilização de ferramentas de gestão que permitam monitorar e otimizar a jornada de trabalho.
Tudo sobre a escala 6×1 de trabalho
A escala 6×1 tem se destacado como um dos formatos mais utilizados nas empresas que exigem operações contínuas, abrangendo setores como varejo, restaurantes e serviços de saúde.
As características da escala 6×1 incluem seis dias de trabalho consecutivos seguidos de um dia de descanso, totalizando uma carga horária de 44 horas semanais.
Na prática, isso equivale a aproximadamente 7 horas e 20 minutos de trabalho diariamente.
Muito presente em indústrias como hotéis, hospitais, lojas de varejo e serviços de emergência, a escala 6×1 cumpre a regulamentação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estipula um máximo de 8 horas diárias.
Contudo, o impacto dessa jornada de trabalho pode ser significativo nos profissionais, e por isso, sua existência é bastante debatida – com argumentos contra e a favor de sua aplicação.
Recentemente, a discussão sobre a viabilidade da escala 6×1 ganhou força no cenário político brasileiro. Uma proposta apresentada na Câmara dos Deputados busca extinguir essa modalidade, substituindo-a por uma jornada mais leve.
A discussão dessa mudança, já apoiada por mais de 170 parlamentares, visa proporcionar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, refletindo uma nova preocupação com o bem-estar dos trabalhadores.
Por outro lado, os defensores da escala 6×1 afirmam que sua extinção pode resultar em efeitos prejudiciais na economia brasileira, como alta do desemprego, aumento de custos para empresas e desaceleração de investimentos.
Escala 5×2: como funciona?
A escala 5×2 é um modelo de jornada de trabalho amplamente adotado no Brasil, consistindo em cinco dias de trabalho seguidos por dois dias de descanso.
Esse padrão é bastante favorável para diversas indústrias que demandam presença constante dos colaboradores e, ao mesmo tempo, liberam tempo para descanso semanal.
Um dos principais benefícios da escala é o aumento da produtividade, que acontece devido à melhor distribuição do trabalho ao longo da semana e ao descanso adicional proporcionado aos trabalhadores.
Em média, os colaboradores nesta escala trabalham 21 dias no mês, recebendo descansos aos sábados e domingos ou outros dias conforme estipulado pela empresa.
Os trabalhadores sob a escala 5×2 têm direito a todos os benefícios previstos pela legislação CLT, como férias remuneradas e 13° salário, além de intervalos para descanso e alimentação – desde que sejam contratados de maneira formal, com carteira assinada.
Quais são as regras da Escala 12×36?
A escala 12×36 exige que os colaboradores trabalhem 12 horas consecutivas seguidas por um período de descanso de 36 horas.
Essa estrutura horária é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e se tornou mais comum após a Reforma Trabalhista de 2017, que permitiu o ajuste dessa jornada através de acordos individuais.
Anteriormente, a adoção dessa escala só era garantida com a homologação sindical ou a presença de convenções coletivas/acordos.
Hoje em dia, a escala 12×36 é aplicada em diversos setores, destacando-se hospitais, indústrias e serviços de segurança.
As principais regras da escala 12×36 incluem:
- Colaboradores atuam em média de 15 a 16 dias por mês, dependendo do número de dias do mês;
- A possibilidade de trabalhar até 220 horas mensais, com a chance de horas extras pagas com um adicional de pelo menos 50%;
- Intervalo intrajornada de pelo menos uma hora para refeição ou descanso;
Sob o mesmo ponto de vista, a regulamentação da CLT garante direitos básicos, como férias, 13º salário e FGTS, enquanto permite que empregadores atuem com maior flexibilidade e redução de custos com horas extraordinárias.
Nesse contexto, a manutenção de normas de segurança e saúde no trabalho é instrumental para evitar exaustão entre os colaboradores, em função da carga horária extensa.
A aplicação dessa escala pode variar conforme as necessidades do setor e a natureza do trabalho, mas sua eficácia na cobertura contínua em setores essenciais destaca sua relevância no mercado de trabalho atual.
Escala 24×48: onde é usada?
A escala 24×48 é uma forma de jornada laboral que combina 24 horas de trabalho seguidas por 48 horas de descanso.
Essa estrutura é especialmente adotada em contextos que requerem operação contínua, como serviços de emergência e segurança.
As peculiaridades dessa escala ajudam a entender suas aplicações estratégicas e os desafios que impõe aos trabalhadores.
Na prática, a escala 24×48 aparece predominantemente em áreas como:
- Serviços de emergência, como bombeiros e ambulâncias;
- Segurança privada em eventos e grandes estabelecimentos;
- Hospitais, onde equipes precisam estar disponíveis a qualquer momento;
- Trabalhos de vigilância, oferecendo cobertura constante.
Essa jornada oferece algumas vantagens, como:
- Maior tempo de descanso, permitindo uma recuperação adequada entre os turnos;
- Flexibilidade no planejamento de atividades pessoais, devido à longa folga disponível;
- Possibilidade de remuneração extra por horas trabalhadas, especialmente em feriados.
Entretanto, as peculiaridades da escala 24×48 também apresentam desafios, como a necessidade de adaptação dos trabalhadores a longas horas em atividade, o que pode resultar em cansaço acumulado se não forem bem administrados o descanso e a saúde.
Escala 4×3: uma nova tendência
A escala 4×3 apresenta uma nova abordagem para a jornada de trabalho, consistindo em quatro dias de trabalho intenso, seguidos por três dias de intervalo de descanso.
Este modelo é cada vez mais utilizado em setores que buscam otimizar a produtividade e ao mesmo tempo proporcionar mais qualidade de vida aos colaboradores.
No Brasil, a escala 4×3 é pouco adotada, mas no exterior, esse modelo já apresenta testes bem sucedidos em diversos países, como Reino Unido, Islândia, Alemanha e Japão.
A tendência é acompanhada por estudos que indicam que a a implementação da escala 4×3 tem mostrado resultados positivos em diversas empresas.
Dados de um experimento realizado com 19 instituições indicam que oito delas adotaram permanentemente esse modelo após seis meses de teste, evidenciando a eficácia da flexibilidade de horários.
Nesse cenário, os funcionários relataram um aumento significativo de engajamento e produtividade, com 71,5% observando melhorias em seu desempenho diário.
Confira mais detalhes abaixo:
- 97,5% dos colaboradores expressaram o desejo de manter a escala 4×3, destacando melhorias na saúde mental.
- Estudos apontam que a adoção dessa escala pode reduzir a ansiedade dos trabalhadores em até 30% e aumentar a saúde mental em 15%.
- Empresas que implementaram a escala 4×3 relataram um crescimento significativo na receita, indicando viabilidade econômica.
Com a crescente pressão para encontrar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a escala 4×3 surge como uma alternativa viável que beneficia tanto os empregadores quanto os empregados.
O que diz a Lei sobre escalas de trabalho CLT?
No Brasil, a legislação sobre escalas de trabalho é utilizada para garantir os direitos trabalhistas dos profissionais em diversos setores.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece regras claras sobre a carga horária, intervalos e folgas que devem ser respeitadas pelos empregadores.
A jornada padrão de trabalho é limitada a 44 horas semanais, com oito horas diárias e pelo menos um dia de descanso.
Como citamos anteriormente, as escalas mais populares incluem a 5×2, a 6×1, a 12×36 e a 24×48.
Cada uma dessas escalas atende a necessidades diversas, como a escala de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, que foi introduzida com a Reforma Trabalhista de 2017, e é comum em áreas como enfermagem e segurança.
A CLT também prevê a obrigatoriedade de intervalos para repouso ou alimentação em jornadas que excedem seis horas.
Isso assegura que os trabalhadores tenham tempo adequado para se recuperar, refletindo a importância de respeitar as normativas da legislação.
Além disso, como você já sabe, a Reforma Trabalhista trouxe maior flexibilidade, permitindo que trabalhadores e empregadores acordem sobre intervalos intrajornada e a adoção de algumas escalas por meio de convenções coletivas ou acordos individuais.
Mas, seja como for, é obrigatório que essas práticas estejam em conformidade com os direitos trabalhistas, promovendo um ambiente equilibrado e saudável para todos os envolvidos.
Assim, a legislação continua evoluindo para atender às novas demandas do mercado de trabalho, sempre com foco no respeito aos direitos dos trabalhadores.
Como fazer o controle das escalas de trabalho?
Manter o controle eficiente das escalas de trabalho é o melhor caminho para garantir o cumprimento das leis trabalhistas e otimizar a gestão de equipes.
O uso do ponto eletrônico digital se destaca como a solução ideal, trazendo precisão, praticidade e economia de tempo para empresas de todos os tamanhos.
Com um sistema de ponto eletrônico digital, é possível registrar as jornadas dos colaboradores de forma automatizada, eliminando erros manuais e reduzindo o risco de disputas trabalhistas.
Essas plataformas permitem monitorar horários de entrada, saída, intervalos e folgas com total transparência e em tempo real, facilitando o acompanhamento das escalas de trabalho, como as 5×2, 6×1 ou 12×36.
Além disso, o ponto eletrônico digital é integrado a ferramentas que auxiliam na análise de dados, como relatórios detalhados sobre horas trabalhadas, banco de horas e eventuais excessos, ajudando gestores a tomarem decisões mais estratégicas.
Na hora de escolher a melhor solução para o controle das escalas, é importante considerar fatores como:
- Facilidade de uso: Opte por sistemas intuitivos, que não exijam treinamentos extensivos para colaboradores e gestores.
- Acessibilidade: Prefira soluções que funcionem em múltiplos dispositivos, como smartphones, tablets e computadores, e que permitam registros de qualquer lugar.
- Conformidade legal: Verifique se a ferramenta está em conformidade com as exigências da legislação trabalhista brasileira.
- Recursos adicionais: Escolha sistemas que ofereçam funcionalidades extras, como integração com folha de pagamento, notificações automáticas e suporte técnico.
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Tendências para o futuro das escalas de trabalho
O futuro das escalas de trabalho no Brasil está se transformando, impulsionado por movimentos sociais, inovações tecnológicas e mudanças no mercado de trabalho.
O modelo 6×1, que é adotado em muitos setores, pode estar com seus dias contados, especialmente com a crescente discussão sobre a redução da jornada semanal para 36 horas, conforme a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em tramitação.
As tendências atuais sinalizam também uma possível adoção de novas modalidades de trabalho, como a semana de 4 dias, prática já testada com sucesso em projetos como o “4 Day Week Brazil”.
Dados de outras iniciativas internacionais demonstram que esta nova abordagem pode não só aumentar a satisfação dos trabalhadores, mas também impulsionar a eficiência nas empresas.
Por outro lado, setores críticos, como saúde e hotelaria, expressam preocupações sobre sua viabilidade, dada a necessidade de operações contínuas.
Em síntese, o futuro das escalas de trabalho no Brasil deverá ser discutido com atenção, equilibrando as necessidades de diversas áreas com o bem-estar dos colaboradores.
O contexto atual aponta para uma evolução nas relações de trabalho, onde a flexibilidade pode se tornar a norma, refletindo uma tendência global que valoriza a qualidade de vida e o rendimento profissional.