Como é a oferta de espaço para PCDs no mercado de trabalho?

Entenda como os PCDs no mercado de trabalho são afetados pelas políticas de inclusão e quais os benefícios em tê-los em sua empresa. Veja mais neste artigo!
Sumário
PCDs no mercado de trabalho

No geral, milhares de brasileiros se deparam com muitas dificuldades para conseguir um emprego formal e bem remunerado. Seja por falta de oportunidades, preparo ou qualificação, essa pode ser uma questão bem frustrante. Para os PCDs no mercado de trabalho, isso é ainda mais difícil.

Afinal, se deparam com diversas obstáculos ao longo de suas vidas, que vai da discriminação até a falta de acessibilidade. Isso reflete diretamente não só no processo de contratação das empresas, mas também, na forma como seus colegas lidam com sua deficiência no dia a dia.

Felizmente, o Estado brasileiro realiza cada vez mais esforços para a inclusão desse grupo de pessoas, o que promove igualdade social e desenvolvimento econômico. No entanto, ainda pode ser difícil conseguir informações sobre como funciona o mercado de trabalho para essas pessoas.

Com isso em mente, preparamos um artigo completo e bem detalhado sobre os PCDs no mercado de trabalho. Confira abaixo.

Quem são os PCDs?

Muitas pessoas têm dúvidas em relação aos PCDs, apesar desses indivíduos estarem cada vez mais inseridos no mercado de trabalho. A sigla, que se refere às Pessoas com Deficiência,  indivíduos com qualquer tipo dessas condições, seja física, mental ou intelectual, adquirida durante a vida ou de nascença.

Na busca por autonomia e inclusão social, foram criadas uma série de políticas públicas nos últimos anos, como transporte público adaptado, acessibilidade em edifícios, etc. Assim, foram construídas adaptações ao ambiente de trabalho, onde o objetivo é torná-lo mais acessível para que essas pessoas tenham uma vida plena e independente.

No entanto, apesar da queda de algumas dessas barreiras, esses indivíduos ainda enfrentam discriminarção e preconceito diariamente, especialmente no mercado de trabalho. Afinal, são estigmatizados como pessoas limitadas e incapazes de exercer algumas funções, o que é uma ideia muito equivocada.

Através do processo correto de integração e de um ambiente de trabalho inclusivo, podem contribuir para o crescimento econômico de qualquer negócio. Nesse sentido, é papel dos gestores e colegas participarem ativamente desse cenário, seja através das oportunidades ou ensinamentos para promover a inclusão.

Quem se enquadra nesse grupo?

Os PCDs, como foi mencionado, podem ter uma deficiência de natureza sensorial, intelectual ou física. Para comprová-la no mercado de trabalho, basta obter um laudo emitido por um profissional habilitado. A partir dessa documentação, é possível definir em qual grupo o indivíduo se enquadra:

Deficiência Física

A deficiência física é aquela que de alguma forma, dificulta a mobilidade ou controle motor de uma pessoa. Isso pode ocorrer de forma parcial ou completa, sempre comprometendo a função física. Entre elas, as mais comuns são: paraplegia, nanismo, amputação e  paralisia cerebral

Deficiência intelectual

Já a deficiência mental é caracterizada por algum tipo de limitação no comportamento cognitivo. Nesse sentido, a pessoa tende a apresentar alguma dificuldade em desenvolver certas habilidades, como lidar com suas emoções, interagir socialmente ou a própria memória.

Os casos mais comuns são de transtorno do espectro autista (TEA) e síndrome de down.

Deficiência sensorial

Por fim, a deficiência sensorial inclui os indivíduos que apresentam perda ou anormalidade de alguma função sensorial, como a visão e audição. A cegueira, por exemplo, pode ser de forma parcial ou completa, de forma que não pode ser corrigida por tratamento clínico, cirurgias, etc.

Enquanto a deficiência auditiva é caracterizada pela perda total ou parcial da audição,o que torna mais difícil para esses indivíduos ouvir sons.

Quais os seus principais desafios no mercado de trabalho?

PCDs no mercado de trabalho

As pessoas com deficiência enfrentam muitos desafios para ingressar no mercado de trabalho. São eles:

Discriminação salarial

Discriminação salrial é o termo utilizado para descrever o pagamento de salários menores a alguns profissioais, mesmo que desempenhem as mesmas funções desses colegas. Infelizmente, essa é uma realidade presente no dia a dia dos PCDs, visto que é consequência de preconceito e estereótipos em relação às suas capacidades.

Acessibilidade

Muitas organizações ainda apresentam uma série de barreiras que impedem a locomoção e comunicação dos PCDs, o que dificulta sua participação no próprio ambiente do trabalho. Inclusive, por mais que algumas empresas ofereçam a estrutura necessária para receber essas pessoas, as dificuldades podem ser encontradas no percurso até lá.

Isso pode ser visto na falta de rampas para cadeirantes em calçadas, vagas para deficientes estacionarem seus veículos, etc.

Capacitismo

Infelizmente, o capacitismo é um desafio que faz parte do dia a dia de praticamente qualquer pessoa com uma deficiência, mesmo com a luta diária para mudá-lo. Ele se dá através do pouco conhecimento em relação às especificidades do PCD, o que resulta em gestores e colegas subestimando a capacidade desses indivíduos.

Isso pode ser percebido através de tratamentos diferentes no dia a dia da empresa, onde essas pessoas podem acabar sendo excluídas de atividades sociais ou até mesmo de decisões importantes da equipe.

Preconceito

Além do capacitismo, o preconceito no mercado de trabalho pode surgir de diversas formas com os PCDs. Para começar, aquelas empresas que não são obrigadas por lei a contratá-los, acabam se recusando a adicioná-los ao seu quadro de funcionários. Isso porque também subestimam suas habilidades.

Além disso, é comum encontrar gestores com a crença de que os PCDs produzem menos, o que acaba pesando bastante no progresso dessas pessoas, dificultando o avanço, melhores condições de trabalho e salários melhores.

Como é o mercado de trabalho para PCD?

Nos últimos anos, o mercado de trabalho para as pessoas com deficiência vem apresentando algumas melhoras, onde as empresas e líderes passaram a se comprometer cada vez mais com a inclusão desses indivíduos. No entanto, os cargos ocupados pelos PCDs em empregos formais ainda representam uma parcela pequena.

Isso é ainda maior quando falamos de posições de liderança, visto que as barreiras para o desenvolvimento profissional também são muitas. A falta de treinamento corporativo adequado e falta de conhecimento dos colegas sobre como lidar com as especificidades da deficiência, por exemplo, acabam criando um cenário que dificulta bastante o avanço dos PCDs.

Por esse motivo, existem leis específicas para incentivar a inclusão dessas pessoas, onde certa porcentagem de vagas de uma organização deve ser para pessoas com deficiência.

O que é a lei de cotas?

Entre os diversos avanços para inclusão de PCDs no mercado de trabalho, a Lei de Cotas (8.213/91) é uma das mais significativas. Promulgada em 1991, foi regulamentada apenas 9 anos depois, onde passou a ser fiscalizada e estabeleceu até mesmo quais deficiências fazem parte desse grupo.

Em seu texto, definiu que aquelas empresas com mais de cem funcionários devem reservar parte de seus cargos para pessoas com deficiência.  Essa proporção  varia de acordo com a quantidade de empregados. Sendo determinada da seguinte forma: 1) de 100 a 200 empregados, 2%; 2) de 201 a 500 empregados, 3%; de 501 a 1000, 4%; de 1001 em diante, 5%.

Além disso, a lei também estabelece que devem ser criadas condições de acessibilidade para esses indivíduos, como rampas, elevadores, sinalização, etc.Dessa forma é possível promover mais integração de pessoas com deficiência e ainda minimizar a discriminação.

Caso as normas sejam descumpridas, além de ações judiciais, a organização pode receber multas de até R$ 200 mil. Ainda assim, é importante entender que mesmo com milhares de vagas reservadas para os PCDs, uma boa parte não está ocupada.

Segundo o Portal da Inspeção do Trabalho, em 2012,  das mais de 400 mil vagas reservadas, apenas 49.81% delas foram ocupadas.

Outros direitos trabalhistas dos PCDs

Além das vagas reservadas em empresas privadas e em concursos públicos, o Estado brasileiro  garante outros direitos aos PCDs. Entre eles, a possibilidade de ter jornadas de trabalho reduzidas de acordo com suas necessidades, direito a receber salários iguais aos demais funcionários e aposentadoria especial.

Além disso, as próprias organizações podem oferecer benefícios específicos para esses empregados, como a adaptação de tecnologias e auxílio transporte, onde o custo de deslocamento até o trabalho é pago pela própria empresa.

Como a tecnologia ajuda na inclusão de PCDs?

A tecnologia tem um papel crucial na inclusão de pessoas com deficiência em várias áreas, incluindo o mercado de trabalho. Nos últimos anos, várias ferramentas foram desenvolvidas para reduzir barreiras e fornecer mais autonomia para pessoas com deficiência em seu dia a dia.

As tecnologias assistivas, como próteses, cadeiras de rodas motorizadas e programas de reconhecimento de voz, aumentam ainda mais a produtividade e a inclusão de PCDs em empresas de todo o mundo. Com isso, podem participar das diversas atividades promovidas pelas organizações, sejam elas online ou presenciais.

Além disso, outro fator importante é o quanto a tecnologia pode contribuir para a capacitação. Afinal, as plataformas de ensino à distância  contam com projetos de treinamento nas mais diversas áreas, onde muitos deles são adaptados para alunos com necessidades especiais.

Por esse motivo, mais do que aumentar os retornos financeiros, a tecnologia em uma empresa é fator fundamental na inclusão de funcionários. Logo, é necessário que as empresas invistam na inclusão digital para garantir que todos tenham acesso aos mesmos recursos.

A importância da capacitação de funcionários para lidar com as deficiências

Além da capacitação que deve ser oferecida aos PCDs, existem outras questões que podem ajudar no dia a dia de todos os funcionários. Entre elas, o treinamento para que os empregados saibam lidar com as especificidades das deficiências de seus colegas é uma das mais importantes.

Isso porque promove um ambiente mais empático e sensível, tornando o ambiente do trabalho muito mais produtivo.  Ademais, esse conhecimento pode ser utilizado até mesmo  em situações de emergência, o que também garante segurança no ambiente de trabalho.

Nesse sentido, é importante que a capacitação seja feita por todo o quadro de funcionários, sejam os gestores ou profissionais de RH.

Como é o processo de contratação?

É comum que surjam dúvidas em relação ao recrutamento de pessoas com deficiência, mas a verdade é que não é um processo muito diferente daquele já feito normalmente. Claro, ainda é preciso garantir que o acesso a informações e recursos necessários para participar dessas etapas, como acessibilidade na sede da empresa, exames pensados para suas especificidades, etc.

As exigências para uma vaga, por exemplo, devem ser disponibilizadas em braile, libras e áudio para que todos possam ter acesso. Além disso, os profissionais de RH e gestores devem saber como lidar com esses indivíduos e evitar atitudes e comportamentos preconceituosos, como o uso do termo “surdo-mudo”, que hoje em dia é considerado ofensivo.

Inclusive, é importante destacar que apesar dos direitos serem iguais em relação aos outros funcionários, podem ser negociados alguns pontos importantes, como a possibilidade de flexibilização nos horários devido às suas necessidades.

Quais os seus benefícios?

Após o processo de recrutamento, os impactos de contratar PCDs podem ser vistos em pouco tempo. A curto prazo, é possível perceber um enriquecimento na cultura organizacional da empresa. Afinal, as equipes com pessoas com deficiência tendem a ser mais diversas, o que traz muitos benefícios.

Isso porque a empresa passa a contar com novas perspectivas, o que leva a diferentes soluções para seus produtos e serviços. Além disso, times mais diversificados costumam apresentar a um maior capacidade de se adaptar e resolver problemas, o que pode até mesmo melhorar seu desempenho e produtividade.

Além disso, é importante destacar que uma organização que valoriza a inclusão de pessoas com deficiência demonstra mais compromisso com a igualdade, o que traz resultados positivos para sua imagem.

Desenvolvimento de carreira dos PCDs no mercado de trabalho

Essa é uma dúvida bem comum entre gestores e funcionários de RH, mas a verdade é que o plano de carreira e desenvolvimento profissional de uma pessoa com deficiência é igual aos demais funcionários de uma organização. Ainda assim, é importante levar em conta algum tipo de limitação e necessidade de adaptação, mas sempre considerando sua competência.

É por esse motivo que promover capacitação é tão importante, visto que essa é uma questão fundamental para o crescimento profissional. No entanto, também deve-se ter em mente que isso não pode ser visto apenas como uma obrigação legal, mas sim como uma oportunidade de diversificar o ambiente do trabalho e melhorar o desempenho de um colaborador.

Logo, assim como os outros empregados, também devem ser estabelecidas avaliações de desempenho, feedbacks e promoções dos PCDs que compõem o quadro de funcionários. Isso tudo de forma justo, proporcionando a melhor experiência para todos que fazem parte do dia a dia da empresa

Conclusão

Os PCDs, assim como os outros milhões de brasileiros, têm muitos a oferecer no mercado de trabalho. Porém, acabam encontrando diversas barreiras causadas pelo preconceito e discriminação, o que pode afetar não só seu desenvolvimento profissional, mas também a qualidade de um serviço oferecido por uma empresa.

Afinal, sua presença em uma equipe pode trazer novas perspectivas para diferentes problemas, além de experiências únicas. Por esse motivo, vem se tornando cada vez mais importante promover a integração das pessoas com deficiência, onde a tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo.

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