Liderança é a arte de comandar pessoas e influenciar de forma positiva na mentalidades e nos comportamentos dos seus liderados. Dentro do ambiente corporativo, diversas modalidades de liderança podem ser implementadas, a depender do estilo da sua equipe. A liderança liberal é conhecida como a ausência de uma influência direta do líder.
Essa é uma maneira de permitir às equipes, maior liberdade, aos seus liderados, uma vez que o gestor participa apenas quando sua presença é requisitada. Para saber mais sobre essa e outras modalidades de segurança, o Genyo preparou este artigo. Confira-o na íntegra e saiba mais!
O que é liderança?
A liderança é identificada pela habilidade que um indivíduo possui de motivar e inspirar pessoas de forma positiva, construindo (em muitos casos) um senso de equipe em um grupo.
O que produz um equívoco muito frequente em inúmeras pessoas é que, na liderança, essa motivação é proveniente de atitudes práticas de um líder, que estimulam o seu grupo, e não apenas pelo ato de comandar.
Ou seja, um líder busca influenciar a sua equipe através do seu próprio comportamento. Neste, ele demonstra a sua participação, abrindo portas para que a equipe possa sentir-se estimulada para participar do processo.
Um bom líder precisa apresentar clareza estratégica, estrutura organizacional, valores e princípios, assim como compromisso na adoção de práticas de reconhecimento, remuneração e de salubridade do clima organizacional.
Esse é um conceito que vem ganhando cada vez mais relevância, principalmente ao tratar de um cenário no qual a saúde mental dos membros da empresa vêm sendo levada cada vez mais em consideração. Em vista disso, essa forma de gestão de equipes vem se tornando uma maneira cada vez mais eficiente.
O que é a liderança liberal?
Ao analisar uma série de processos decisórios, estudiosos e pesquisadores compreenderam que cadeiras solitárias não pensam estrategicamente. Para contrapor esse problema, perceberam que o processo decisório deveria ser inclusivo e participativo.
Dessa forma, percebeu-se que a pluralidade de vozes e repertórios, que agregam na discussão e na solução do problema. Sendo assim, surgiram processos como a liderança liberal.
Esta pode ser definida como uma forma de conceder plena autonomia aos liderados, para que estes executem suas tarefas e tomem suas próprias decisões no dia a dia do trabalho. No estilo de liderança liberal, também conhecida como liderança laissez-faire (deixe fazer), o líder opta por não exercer uma influência direta na rotina e desempenho de seus colaboradores.
Dessa maneira, há uma descentralização do poder, para que haja um ambiente “horizontal”, sem a hierarquia costumeiramente existente, o que proporciona a troca de ideias, envolvendo todos no processo de decisão.
É preciso compreender que, garantir que todos estejam envolvidos durante o processo não necessariamente significa que todos estarão atrelados no processo decisório final, mas que obterão uma participação relevante em alguma parte do processo.
O que realmente importa nesse modelo é dar espaço de fala e fazer com que todos compreendam a importância dentro da organização, e as consequências que esse processo atrela para uma maior aprendizagem.
Por isso, essa é uma metodologia que, por um lado, possui uma liderança focada em engajar os colaboradores, e por outro lado, simultaneamente, trata-se de uma equipe muito capaz de se autogerir. Em vista disso, dentro da liderança geral, existem 3 vertentes principais:
Abordagem Hands-off
Nesse tipo de abordagem, os gestores não costumam influenciar a tomada de decisão momentânea e nem mesmo guiar o grupo durante a execução dos projetos e tarefas. A depender da característica do grupo, o líder até mesmo pode ver como possibilidade dar um passo para trás, para que seus liderados se desenvolvam e estimulem suas próprias táticas de liderança.
Seu papel nestes casos tem a função de fazer com que o próprio grupo se responsabilize pelo planejamento e execução das ações necessárias para a realização de trabalhos e para atingir os objetivos.
No entanto, não é de uma hora para outra que esta abordagem tende a acontecer, é necessário que o líder tenha preparado seu grupo previamente, na criação de vínculos, responsabilidades e propósitos. Para que, dessa forma, com uma boa estrutura de time, possam ser tomadas as decisões voltadas ao hands-off.
Caso o grupo encontre algum problema durante a sua jornada, não há nenhum problema se o líder resolver intervir, pois ele ainda está ali para resolver qualquer situação, a depender da necessidade.
Abordagem de decisão horizontal
Neste caso, caso a empresa busque um modelo de negócios que não hierarquize demais os processos, a abordagem de decisão horizontal é o melhor modelo. Dessa forma, ela dá autonomia e participação para todos se envolverem nas tomadas de decisão.
Sempre será responsabilidade da liderança arquitetar os valores, objetivos do negócio e visão, mas o poder de decisão é centralizado nas mãos dos funcionários que podem optar por envolver outras pessoas ou podem fazer as escolhas sem consultar seus pares.
O líder tende a ser um reflexo da sua relação de confiança com os subordinados. Por isso, este não tende a delegar nem participar das decisões. O que ele faz é apoiar os demais colaboradores, fornecendo feedback aos mesmos, para que possam desenvolver suas habilidades e processos futuros com o máximo de qualidade e eficiência possível.
Autogestão
Podemos dizer que a autogestão é o combinado entre a abordagem hands-off e a abordagem da tomada de decisão horizontal. Partindo do pressuposto que você apenas conseguirá deixar um time livre para trabalhar e bancar as estratégias do seu negócio se estes envolvidos possuírem a capacidade de se autogerir.
Por isso, o elo de confiança apenas é construído quando há uma via de mão-dupla. Assim, a liderança precisa fazer concessões para que o colaborador se sinta uma pessoa de confiança, e que possui sua retaguarda completa. Enquanto isso, este último também precisa mostrar com clareza que domina suas ações e produz entregas de qualidade.
Tendo em vista esta relação, o líder não ficará preso nos comandos básicos do dia a dia. Quem organizará sua própria rotina e suas entregas é o próprio colaborador, e para que isso dê certo é imprescindível o controle de tempo, das datas de entrega e, acima de tudo, uma visão estratégica sobre o empreendimento.
Vantagens da liderança liberal
Existem algumas vantagens principais da liderança liberal, como pode ser observado nos seguintes tópicos a seguir:
A liderança liberal traz maior segurança e autoconfiança dos colaboradores
Uma vez que na liderança convencional o líder sempre indica as funções, a rotina e as entregas, assim como está sempre por perto para medir a eficácia do trabalho. Isso pode acabar criando uma relação de dependência da sua relação para com os liderados.
Como na liderança liberal o líder apenas indica as tarefas e as metas a serem cumpridas, repassando-as para os colaboradores mais preparados, estes se sentem, automaticamente, mais empoderados para desempenhar as atividades segundo seu melhor entendimento.
Isso permite que os colaboradores percebam a confiança do líder em seu discernimento e potencial de entrega, o que estimula que estes realizem seus melhores resultados. O que aumenta não apenas a autoconfiança, mas também a entrega do trabalho.
Melhora o relacionamento interpessoal da equipe
Quando a equipe possui mais autonomia para cumprir as tarefas e resolver os problemas, eles tendem a melhorar o relacionamento interpessoal se unindo com mais facilidade, além de aumentar as buscas pela opinião de um colega de trabalho.
Dessa maneira, permite que haja mais empatia e compreensão com o trabalho dos demais funcionários. Pode resultar em conexões mais fortes, referentes às relações interpessoais. Com essa melhoria, a equipe consegue lidar melhor com as situações, com menos desentendimentos.
Maior eficiência dos colaboradores
Ter colaboradores eficientes é o sonho de muitos líderes, e implementar a liderança liberal é uma forma de possuir isso. Como os subordinados, nesse caso, possuem maior liberdade na produção das suas tarefas, eles conseguem executar o trabalho de forma mais eficiente.
Isso porque há a possibilidade de criar soluções rápidas e práticas de acordo com a demanda dos problemas. Dessa forma, você possui um time mais estimulado, com maior possibilidade de entregas.
Maior alinhamento com a cultura organizacional da empresa
A liderança liberal proporciona que as equipes sejam um reflexo de seus líderes. Dessa forma, a conexão com seu líder também é um reflexo de uma maior conexão para com a própria empresa.
Afinal, o que faz a cultura de uma empresa, de forma genuína, são as pessoas que estão lá diariamente, fazendo o trabalho de formiguinha. Estes são quem sustentam os valores da empresa. Portanto, através desse modelo de liderança, todos se encontram na mesma página, a fim de não apenas executar as tarefas, mas propagar uma cultura viva da sua empresa.
Desvantagens da liderança liberal
Do mesmo jeito que há um bônus em todo o processo, também há uma parte não tão positiva. Primeiramente, nem em todas as situações é recomendada a liderança liberal. Algumas dessas são: quando os funcionários não possuem experiência para pôr em prática as tarefas; ou situações em que os colaboradores não conseguem definir os prazos; ou mesmo em casos que falta familiaridade com os processos da empresa.
É, de fato, um desafio deixar todo o time alinhado e engajado o suficiente para tomar responsabilidades para si e dar vazão às demandas operacionais. Por isso, para além das contra indicações citadas acima, a descentralização estratégica também pode trazer algumas desvantagens. Confira a seguir.
Dificuldade em manter um ritmo produtivo
A autogestão pode ser um grande desafio, sob inúmeras perspectivas. O ritmo produtivo pode ser uma das áreas a sofrer com esse processo. Tanto para um lado, quanto para outro: uma jornada exaustiva pode levar a um burnout, ou até mesmo à ociosidade que impede sua produção.
A dificuldade de manter o ritmo produtivo pode ocorrer justamente devido à falta de uma liderança firme e presente, assim como por conta de uma rotina mais livre, pré-definida por outros.
A autogestão é ter controle total das duas tarefas, e também das suas pausas e descanso. É necessário saber organizar os dois para não se prejudicar, e consequentemente prejudicar a sua empresa.
Falta de organização
Em muitos casos a dificuldade para manter um ritmo produtivo advém da falta de organização. Para se autogerir, é necessário organizar-se muito bem, principalmente se a ideia é ter autonomia, independência e liberdade ao executar as suas funções.
Para que elas fluam de maneira adequada, é preciso, pelo menos, um mínimo de organização metódica, seja ela visual, escrita ou auditiva. Existem alguns formatos que auxiliam no gerenciamento da rotina, em sites e aplicativos, que podem servir para que não se esqueça nenhuma tarefa.
Isso também implica diretamente na falta de rotina. A falta de um ritmo produtivo, somada a uma desorganização, são a chave para um ciclo desvirtuado de hábitos que só tendem a atrapalhar, principalmente tratando-se do modelo liberal.
Portanto, organize a sua rotina. Crie métodos que te permitam uma certa liberdade, mas que façam seu dia a dia mais sustentável para que seja possível realizar todas suas tarefas exigidas.
Processos com um padrão específico, não são recomendados
Para o caso de atividades técnicas, onde não há muito espaço para inovação ou improviso – como no caso de procedimentos técnicos – a liderança liberal perde seu sentido. O mesmo vale para procedimentos rígidos, como os ligados à área de saúde, por exemplo.
Não vale a inovação, quando existe algo como a vida em jogo. Portanto, nesses casos, seguem-se à risca os procedimentos comprovadamente seguros e confiáveis. É comum, inclusive, o acompanhamento em tempo real.
Principais erros, recorrentes, na liderança liberal
Avaliar os erros que podem acontecer durante a aplicação desse tipo de liderança é fundamental para o aprendizado, e se possível, evitar a recorrência. A falta de orientação, devido a uma ausência muito frequente do líder, assim como a falta de feedback, e de alterações quando necessárias, tendem a ser os erros mais cometidos.
Apesar de se tratar de um modelo mais descentralizado, o acompanhamento é fundamental, para verificar se há a necessidade de alguma modificação ou alinhamento. É preciso verificar se as equipes foram organizadas de maneira correta, e se os fluxos de tarefas estão sendo cumpridos conforme o necessário.