Microempresas vs. Empresas de Pequeno Porte: Quais as diferenças?

Descubra as principais diferenças entre microempresas e empresas de pequeno porte, e veja qual se enquadra melhor no seu negócio. Veja mais neste artigo!
Sumário
microempresas

Se você está pensando em empreender, é importante conhecer as diferenças entre microempresas e empresas de pequeno porte, pois essa escolha terá impactos significativos no seu negócio.

As microempresas e as empresas de pequeno porte desempenham um papel fundamental no cenário empresarial, impulsionando o empreendedorismo e contribuindo para o desenvolvimento econômico do país.

Por isso, neste artigo, vamos explorar as diferenças entre microempresas e empresas de pequeno porte, abordando temas como a legislação aplicável, os benefícios disponíveis, como abrir uma microempresa e muito mais. Fique de olho!

O que é microempresa? E empresa de pequeno porte?

No contexto da legislação brasileira, a definição de microempresa e empresa de pequeno porte é estabelecida pela Lei Complementar nº 123/2006, conhecida como Lei do Simples Nacional, e suas alterações posteriores.

De acordo com essa legislação:

  • Microempresa (ME): Uma microempresa é aquela que aufere receita bruta anual de até R$ 360.000,00. As microempresas têm direito a tratamento tributário diferenciado e simplificado, sendo enquadradas no regime tributário do Simples Nacional.
  • Empresa de Pequeno Porte (EPP): Uma empresa de pequeno porte é aquela que aufere receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00. Assim como as microempresas, as empresas de pequeno porte também têm direito a tratamento tributário diferenciado e simplificado no Simples Nacional.

Essas definições são importantes não apenas para fins tributários, mas também para determinar o enquadramento das empresas em diferentes regimes e obrigações legais, além de impactar em políticas de incentivo e desenvolvimento para os pequenos negócios no Brasil.

Tipos societários para microempresas e pequenas empresas

Ao abrir uma microempresa ou pequena empresa, é importante definir o tipo societário que será adotado.

Os tipos societários possíveis para as MPEs incluem o Empresário Individual (EI), o Empresário Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), a Sociedade Limitada (LTDA) e a Sociedade Anônima (SA).

Cada tipo societário possui características específicas em relação à forma de organização da sociedade e à responsabilidade dos sócios.

No caso do Empresário Individual (EI), o dono da empresa é o único responsável por todas as obrigações e débitos da empresa. Nesse tipo societário, não há separação entre o patrimônio do empresário e o patrimônio da empresa.

Ao optar pelo Empresário Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), o titular não mistura seus bens pessoais com os da empresa. Ao formar uma EIRELI, o empresário deve ter um capital social mínimo de 100 vezes o valor do salário mínimo vigente no país.

A Sociedade Limitada (LTDA) é uma forma societária na qual os sócios respondem pelas dívidas da empresa até o limite de suas cotas no capital social. Nesse caso, há uma separação entre o patrimônio dos sócios e o patrimônio da empresa.

Por fim, a Sociedade Anônima (SA) é uma forma societária mais complexa, geralmente utilizada por empresas de maior porte. Nesse tipo de sociedade, o capital social é representado por ações, e os acionistas são os proprietários da empresa.

Regime de tributação das microempresas e pequenas empresas

As micro e pequenas empresas no Brasil têm a opção de escolher o regime de tributação que melhor se adequa à sua atividade e porte. O regime mais utilizado é o Simples Nacional, um regime especial que unifica o recolhimento de diversos impostos em uma única guia.

O Simples Nacional oferece benefícios para as micro e pequenas empresas, como a redução da carga tributária e a simplificação dos processos de cálculo e recolhimento dos impostos.

As alíquotas dos impostos variam de acordo com o faturamento dos últimos 12 meses e o ramo de atividade da empresa.

No entanto, algumas atividades estão impedidas de optar pelo Simples Nacional e devem adotar outros regimes de tributação.

Para atividades como factoring, transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, geração de energia, importação ou fabricação de automóveis, produção de cigarros, refrigerantes e águas saborizadas, entre outras, as micro e pequenas empresas devem adotar o regime de lucro real ou lucro presumido.

Lucro real vs. Lucro presumido

O regime de lucro real é aplicado quando a empresa possui um faturamento anual acima do limite permitido para o Simples Nacional ou quando a atividade exercida está impedida de optar por esse regime.

Nesse regime, o imposto devido é calculado com base no lucro líquido apurado pela empresa, após a dedução de despesas e custos.

Já o regime de lucro presumido é aplicado quando a empresa possui um faturamento anual acima do limite permitido para o Simples Nacional, mas está impedida de adotar o regime de lucro real.

Nele, o imposto devido é calculado com base em uma margem de lucro presumida, que varia de acordo com o tipo de atividade da empresa.

A escolha do regime de tributação é uma decisão importante para as micro e pequenas empresas, pois pode impactar diretamente na carga tributária e nos processos de controle e recolhimento dos impostos.

É recomendável contar com o auxílio de um contador especializado para avaliar as opções e fazer a melhor escolha para cada caso.

Desafios para micro e pequenas empresas

As micro e pequenas empresas enfrentam diversos desafios para se manterem competitivas no mercado brasileiro. Alguns dos principais obstáculos encontrados por essas empresas são:

  • Falta de planejamento: Muitas vezes, os empreendedores iniciam seus negócios sem um plano estratégico bem definido, o que pode dificultar o crescimento e a sustentabilidade da empresa a longo prazo.
  • Pouca capacitação em gestão: A falta de conhecimento em gestão de negócios pode levar a problemas na tomada de decisões, na organização interna e na busca por oportunidades de crescimento.
  • Excesso de burocracia: A obtenção de crédito, licenças e alvarás para operar um pequeno negócio pode ser um processo burocrático e demorado, o que pode desencorajar empreendedores e dificultar o acesso a recursos financeiros.
  • Alta carga tributária: O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, o que impacta diretamente o lucro das micro e pequenas empresas, uma vez que elas geralmente têm menos recursos para lidar com os custos fiscais.

Além desses desafios, as micro e pequenas empresas também enfrentam outros obstáculos, como a falta de acesso a financiamento adequado, a concorrência com empresas de maior porte e a dificuldade em lidar com as rápidas mudanças no mercado.

Para superar esses desafios, é crucial que os empreendedores busquem capacitação em gestão de negócios, desenvolvam um planejamento estratégico sólido, busquem parcerias e networking, estejam cientes das obrigações legais e fiscais e, se necessário, busquem orientação especializada para lidar com a burocracia e a carga tributária.

Desafios Estratégias para superação
Falta de planejamento Elaborar um plano estratégico detalhado e revisá-lo periodicamente.
Pouca capacitação em gestão Investir em cursos, treinamentos e consultorias especializadas em gestão empresarial.
Excesso de burocracia Buscar auxílio especializado para lidar com os trâmites legais e burocráticos.
Alta carga tributária Contar com o suporte de um contador para garantir o cumprimento das obrigações fiscais e buscar alternativas para reduzir a carga tributária.

Tratamento diferenciado para as MPEs

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende um tratamento diferenciado em relação às exigências legais para as micro e pequenas empresas, de acordo com o que está previsto na Constituição Federal.

Essa diferenciação busca estimular o desenvolvimento e a inovação do mercado, tornando o ambiente empresarial mais equilibrado e razoável para essas empresas de menor porte.

Um exemplo do tratamento diferenciado diz respeito às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A CNI argumenta que é mais razoável flexibilizar certas obrigações para as micro e pequenas empresas. Muitas empresas industriais possuem menos de 20 trabalhadores e não oferecem riscos que justifiquem o tratamento legal idêntico ao das grandes empresas.

Ao dispensar algumas obrigações para empresas que não representam riscos aos titulares de dados, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pode concentrar seus esforços nos casos de maior relevância.

Com um tratamento diferenciado, as micro e pequenas empresas se tornam capazes de se adaptar às exigências regulatórias, mantendo-se competitivas no mercado.

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Financiamento para microempresas e empresas de pequeno porte

Para micro e pequenas empresas, existem diversas opções de financiamento disponíveis. Uma delas é o Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC), oferecido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os NACs são serviços de apoio às micro, pequenas e médias empresas industriais, prestados pelas Federações Estaduais de Indústrias e coordenados pela CNI.

Esses núcleos contam com profissionais treinados para orientar as empresas a acessarem os recursos necessários para viabilizar investimentos e operações no setor industrial.

Além dos NACs, é possível encontrar linhas de crédito oferecidas por bancos e instituições financeiras. Ao buscar financiamento, é recomendável buscar orientação especializada para identificar as melhores opções para cada caso.

Quantidade de micro e pequenas empresas no Brasil

Na indústria, as micro e pequenas empresas representam a maior parte dos empreendimentos no Brasil. Em 2019, do total de 476.243 empresas, 71,7% eram consideradas microempresas, 22,6% eram pequenas empresas, 4,7% eram empresas de médio porte e 1,1% eram grandes empresas.

As micro e pequenas empresas do setor industrial estão mais concentradas nos ramos de confecção, fabricação de produtos de panificação, móveis, embalagens de plástico, impressão, serviços de usinagem e solda.

Boas práticas de gestão para microempresas e pequenas empresas

O planejamento e a gestão são pontos cruciais para o sucesso das micro e pequenas empresas. Implementar algumas boas práticas de gestão pode acelerar o crescimento dos negócios e garantir seu bom funcionamento.

Algumas dessas práticas são:

  • Definir objetivos e metas claras: É fundamental estabelecer metas realistas e alcançáveis para orientar os esforços e direcionar o crescimento da empresa.
  • Implementar um sistema de gestão: A adoção de um sistema de gestão eficiente é essencial para controlar os gastos, a folha de pagamento e os dados funcionais da empresa. Isso permite uma tomada de decisões mais embasada e contribui para o aumento da eficiência operacional.
  • Realizar análises SWOT: A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats – Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças) é uma ferramenta que ajuda a identificar os pontos fortes e fracos internos da empresa, bem como as oportunidades e ameaças externas. Com base nessas informações, é possível formular estratégias mais eficazes e tomar decisões mais acertadas.
  • Manter a contabilidade em dia: A contabilidade é uma área essencial para o bom funcionamento da empresa. Manter os registros contábeis atualizados, com o auxílio de um profissional especializado, é fundamental para o controle financeiro e o cumprimento das obrigações legais.
  • Acompanhar o fluxo de caixa: O fluxo de caixa é um indicador fundamental para a saúde financeira da empresa. Acompanhar de perto as entradas e saídas de dinheiro permite uma melhor gestão do capital de giro e ajuda a evitar problemas de liquidez.

Ao adotar essas boas práticas de gestão, as micro e pequenas empresas podem aumentar suas chances de sucesso e se destacar no mercado.

Diferenças entre ME, EPP e MEI

As diferenças entre as Microempresas (ME), Empresas de Pequeno Porte (EPP) e Microempreendedor Individual (MEI) estão relacionadas ao porte e ao regime tributário. Cada categoria possui benefícios e obrigações específicas:

  1. Microempresa (ME):
    • Faturamento anual de até R$ 360 mil.
    • Regime tributário pode variar entre Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.
    • Benefícios como redução de impostos e simplificação dos processos.
    • Obrigações fiscais específicas de acordo com o tipo de atividade realizada.
  2. Empresa de Pequeno Porte (EPP):
    • Faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
    • Regime tributário pode variar entre Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.
    • Benefícios como redução de impostos e simplificação dos processos.
    • Obrigações fiscais específicas de acordo com o tipo de atividade realizada.
  3. Microempreendedor Individual (MEI):
    • Regime simplificado para pequenos negócios.
    • Faturamento anual de até R$ 81 mil.
    • Obrigações fiscais e tributárias simplificadas.
    • Benefícios como isenção de alguns impostos, possibilidade de contratar um funcionário com baixo custo, facilidade na abertura e encerramento da empresa.

Como abrir uma microempresa ou empresa de pequeno porte?

Para abrir uma empresa pequena, é necessário seguir alguns passos. O primeiro passo é definir o porte da empresa, que pode ser Microempresa (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP) ou Microempreendedor Individual (MEI).

A escolha do tipo societário adequado também é importante, sendo possíveis opções como Empresário Individual (EI), Sociedade Limitada (LTDA) e outras, dependendo das necessidades e características do negócio.

Após definir o porte e o tipo societário, é necessário registrar a empresa nos órgãos competentes, como a Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.

Esse processo envolve a elaboração do contrato social, obtenção do CNPJ e inscrição estadual, se necessário.

Da mesma forma, é fundamental definir o regime tributário adequado para a empresa, tais como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Cada regime possui regras específicas em relação ao recolhimento de impostos e obrigações fiscais.

Para garantir que todos os procedimentos sejam feitos corretamente e cumprir todas as exigências legais, é altamente recomendável buscar auxílio de um contador especializado.

O contador poderá orientar o empreendedor em todas as etapas da abertura e regularização da empresa, evitando erros e problemas futuros.

Em síntese, abrir uma empresa pequena envolve definir o porte e tipo societário, registrar a empresa nos órgãos competentes, obter o CNPJ, determinar o regime tributário adequado e cumprir todas as obrigações legais e fiscais.

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FAQ

Quais as diferenças entre microempresas e empresas de pequeno porte?

As microempresas (ME) possuem um faturamento anual de até R0 mil, enquanto as empresas de pequeno porte (EPP) podem faturar até R,8 milhões por ano. Já o Microempreendedor Individual (MEI) é um regime simplificado para pequenos negócios com faturamento anual de até R mil.

Quais são os tipos societários para micro e pequenas empresas?

Os tipos societários possíveis para as MPEs incluem Empresário Individual (EI), Empresário Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Sociedade Limitada (LTDA) e Sociedade Anônima (SA).

Qual o regime de tributação para micro e pequenas empresas?

O regime de tributação para as micro e pequenas empresas é o Simples Nacional, que oferece redução da carga de impostos e simplificação dos processos. No entanto, algumas atividades estão impedidas de optar por esse regime e devem adotar os regimes de lucro real ou presumido.

Quais são os principais desafios para micro e pequenas empresas?

Os principais desafios para as micro e pequenas empresas estão relacionados à falta de planejamento, pouca capacitação em gestão, burocracia para obtenção de crédito e alta carga tributária.

As micro e pequenas empresas recebem um tratamento diferenciado?

Sim, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende um tratamento diferenciado para as MPEs, visto que estimula o desenvolvimento e a inovação do mercado e torna o ambiente empresarial mais equilibrado.

Quais opções de financiamento estão disponíveis para micro e pequenas empresas?

Existem várias linhas de financiamento disponíveis para micro e pequenas empresas, sendo necessário buscar orientação especializada para acessar esses recursos.

Qual o número de micro e pequenas empresas no Brasil?

Na indústria, as micro e pequenas empresas representam a maioria dos empreendimentos no Brasil, abrangendo setores como confecção, fabricação de produtos de panificação, móveis, embalagens de plástico, impressão, serviços de usinagem e solda.

Quais são as boas práticas de gestão para micro e pequenas empresas?

Algumas boas práticas de gestão para micro e pequenas empresas incluem definir objetivos claros, implementar um sistema de gestão, realizar análises SWOT, manter a contabilidade e o fluxo de caixa em dia.

Quais são as diferenças entre ME, EPP e MEI?

As diferenças entre Microempresa (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP) e Microempreendedor Individual (MEI) estão relacionadas ao porte e ao regime tributário, com diferentes faixas de faturamento e obrigações específicas.

Como abrir uma empresa pequena?

Para abrir uma empresa pequena, é necessário definir o porte da empresa, escolher o tipo societário adequado, registrar a empresa nos órgãos competentes, obter o CNPJ, definir o regime tributário e cumprir as obrigações legais e fiscais.

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