Se você está pensando em começar a empreender, mas deseja abrir o seu próprio negócio a partir de uma franquia, deve estar em busca de mais informações sobre o que é franqueado e como funciona esse modelo de negócio.
Decerto, você já deve saber o que é uma franquia, afinal, várias delas estão inseridas no mercado brasileiro. Mas, alguns detalhes podem passar despercebidos quando a ideia é investir nessa modalidade de empresa.
Por essa razão, o Genyo preparou este conteúdo para mostrar tudo que você precisa saber sobre as redes de franquias. Assim, você poderá fazer do seu sonho, uma grande realidade! Então, continue a sua leitura até o final para conferir. Vamos lá!
O que é uma franquia?
Também conhecida como franchising, a franquia é um termo dado a uma modalidade de negócio na qual o proprietário de uma certa empresa permite que terceiros utilizem a sua marca, bem como os seus serviços e produtos e todo o seu know-how.
Em outras palavras, o proprietário concede o seu modelo de operação para que o investidor utilize-o em outro ponto comercial. Dessa forma, é possível replicar a marca em locais diferentes, com o mesmo padrão de atendimento e mesma oferta de produtos e serviços.
Por isso, não importa a unidade que o cliente escolher, ele sempre encontrará os mesmos produtos e serviços e o mesmo modelo de atendimento.
À vista disso, o proprietário se beneficia de ter a sua marca ainda mais reforçada para o público, e o investidor de estar aplicando em um negócio já consolidado no mercado.
Hoje em dia, existem diversas franquias não só no Brasil, como em todo o mundo. Elas podem ser encontradas especialmente dentro dos shoppings e nos grandes centros comerciais.
Por exemplo, um grande exemplo de franquia é a McDonald’s. Uma marca norte-americana gigante que conta com mais de 5 mil unidades franqueadas em todo o planeta. Só no Brasil, é possível encontrar mais de 1 mil.
O que é franqueado e franqueador?
- Franqueado: pessoa física ou jurídica que adquire a marca idealizada pelo franqueador, mediante o pagamento de uma taxa pela concessão do direito de utilizar a marca e todo o modelo de negócio definido por ela;
- Franqueador: pessoa jurídica possuidora dos direitos sobre a marca, que cria um modelo de negócio e concede ao franqueador.
Responsabilidades do franqueado
Ao optar por investir em uma unidade de franquia, o franqueado passa a ter algumas responsabilidades, as quais devem ser executadas rigorosamente, tais como:
- investir e reinvestir no negócio;
- seguir a padronização e preservar as normas do modelo de negócio do franqueador;
- garantir a gestão com profissionais qualificados;
- auxiliar para o aperfeiçoamento do sistema, oferecendo feedback para a marca franqueadora, sempre que necessário;
- fazer o pagamento da taxa de franquia e dos royalties.
Como funciona uma franquia?
Na prática, o franchising funciona por meio de uma relação de interdependência entre o franqueador e o franqueado.
Por um lado, o franqueador deve fornecer suporte necessário ao franqueado, para que ele tenha acesso às informações referentes ao modelo de negócio e as suas tarefas operacionais em relação a produção e gestão financeira, administrativa e contábil.
Já as redes dirigidas pelos franqueados devem atuar em conformidade com o modelo de negócio e padrão de atendimento da marca franqueadora. Além disso, devido ao uso da imagem da marca, deve-se pagar uma taxa sobre o retorno de investimento.
Vale lembrar que o franqueado pode adquirir uma ou mais unidades da franquia, dependendo dos resultados alcançados e do tipo de franquia. Afinal, para ampliar a sua rede de franquias, é importante que o retorno positivo seja comprovado.
Como funciona a transferência de know-how nas franquias?
A transferência de know-how significa entregar uma cópia do modelo de negócio da marca. Isto é, tudo aquilo que envolve divulgação, gestão e operação da empresa deve ser entregue ao franqueado para que ele siga o mesmo modelo em sua rede.
A frase “nada se cria, tudo se copia” no franchising é o ponto-chave! Afinal, a ideia é que todas as unidades franqueadas tenham o mesmo padrão da marca franqueadora.
E como funciona a cultura de inovação? Esse é um ponto que também deve ser discutido durante a negociação. Uma vez que os franqueados têm o dever de passar os feedbacks para a marca e direcioná-la quanto a criação de novas estratégias para se adaptar ao mercado.
Como surgiu o franchising?
Tudo começou no século XIX, mais precisamente a partir do ano de 1850, nos Estados Unidos. Na época, as franquias surgiram por meio da ideia da empresa Singer Sewing Machine Company, fabricante de máquinas de costura.
Ela objetivava aumentar o número de vendas e, para isso, começou a conceder licenças de uso para que comerciantes de outras regiões do país utilizassem a sua marca, com a oferta dos mesmos produtos e o mesmo padrão de atendimento.
Depois de 48 anos, em 1898, a General Motors decidiu reproduzir o mesmo caminho e começou a expandir os seus pontos de venda. Em seguida, foi a vez da grande Coca-Cola, que deu início às suas primeiras franquias, disponibilizando licenças para empresários de outros locais.
No Brasil, o franchising chegou na década de 1970, onde diversas marcas começaram a aderir a essa modalidade de negócio, como O Boticário, Água de Cheiro e Ellus. Na mesma época, também começaram a chegar no país algumas marcas norte-americanas famosas, como o McDonald’s.
Sendo também o período em que começaram a ser construídos os primeiros shoppings do Brasil. O que fez as redes de franquias se popularizarem ainda mais no país.
Tipos de franquias
No geral, ser franqueado significa que você adquiriu uma licença de uma marca para abrir o seu negócio com todo o know-how da empresa, mediante o pagamento de uma taxa de franquia.
Mas, existem alguns modelos de franquias que se diferenciam entre si. Vale destacar que a escolha pelo tipo de franquia vai depender do valor que o franqueado tem para investir e a disponibilidade da marca.
Veja abaixo quais são os tipos de franquias mais comuns!
Franquia Master
A franquia master é quando o franqueado compra uma ou mais redes de franquias, e também adquire o direito de revendê-las para terceiros em uma certa região ou praça de distribuição.
Nesse caso, o franqueado deve pagar os royalties para o franqueador, mas também deve receber parte dos royalties das redes que fazem parte da sua franquia.
Franquia Unitária
A franquia unitária é quando o franqueado compra apenas uma rede de franquia, podendo abrir outras unidades, caso comprove produtividade, necessidade e demanda. Para isso, deve-se também pagar os royalties para utilizar a licença da marca franqueadora.
Franquia de Desenvolvimento de Área
A franquia de desenvolvimento de área ocorre quando o franqueado, além de adquirir uma unidade de franquia, também tem acesso a um planejamento realizado em conjunto com a marca, com o objetivo de expandir a sua praça de atendimento. Podendo também incluir novas redes de franquias e novos franqueados.
Microfranquia
A microfranquia é um dos modelos de franchising que está cada vez mais alta, sobretudo no mercado brasileiro. Essa é uma opção para os franqueados que não têm um valor alto para investir, podendo encontrar unidades de franquias até mesmo por R$: 5 mil.
Franquia Home Based
Por último, há também a franquia home based, que se trata de um modelo de negócio onde é possível realizar todas as operações em casa. Ou seja, sem a necessidade de um escritório.
Esse tipo de franquia tem sido bastante utilizada no exterior, mas já está começando a surgir aos poucos no Brasil. Nessa opção, os custos do franqueado são ainda menores, o que permite que mais pessoas tenham a oportunidade de investir no franchising.
As franquias são regulamentadas por lei?
No Brasil, os modelos de franquias se expandiram durante os anos 1980 e 1990, dando, então, origem à Lei nº 8.955/1994, chamada de Lei de Franquias.
A legislação passou a regulamentar esse modelo de negócio, fazendo com que os empreendedores da época tivessem um direcionamento sobre o que poderia e o que não poderia ser feito.
No entanto, com o passar do tempo, a lei começou a ficar ultrapassada, já que o mercado passou a demonstrar novas demandas devido ao avanço tecnológico. Com isso, surgiu a Lei nº 13.966/2019, que trouxe mais diretrizes tanto para os empreendedores como para os franqueadores.
Vantagens e desvantagens de ser um franqueado
Como você já deve ter percebido, o franchising traz diversas vantagens tanto para o franqueado como para o franqueador. Mas, há também algumas desvantagens que devem ser avaliadas antes de investir nesse tipo de negócio.
Logo abaixo, nós separamos as principais vantagens e desvantagens de ser um franqueado. Confira!
Vantagens
- Chance de abrir negócio mesmo com baixo investimento e sem experiência no setor escolhido;
- Ter o auxílio da marca franqueadora para gestão administrativa, financeira e contábil, bem como estratégias de marketing;
- Oportunidade de crescimento no mercado, a partir de uma marca já consolidada;
- Contato facilitado com fornecedores e equipamentos;
- Aprendizado de processos operacionais com especialistas;
- Começar um negócio já testado e prestigiado, o que garante menos chances de riscos.
Desvantagens
- Risco de dependência do suporte fornecido pelo franqueador que, em algumas situações, pode não ser suficiente ou eficiente quando for preciso;
- Falta de flexibilidade na gestão do negócio, já que é necessário seguir o mesmo padrão e diretrizes da marca;
- Dificuldade de resolução de falhas no sistema, uma vez que toda estrutura é desenvolvida pelo franqueador. Logo, se houver algum erro operacional, é preciso aguardar a atitude da empresa.
Como comprar uma franquia?
Antes de mais nada, o primeiro passo antes de comprar uma franquia é avaliar cada oportunidade de mercado. Mas, é preciso ter cuidado com a insegurança, uma vez que muitas pessoas não conseguem sair do sonho de ter o seu próprio negócio devido ao medo de investir.
É importante destacar que muitas das dúvidas só serão esclarecidas mediante uma pesquisa profunda sobre as oportunidades presentes, e as vantagens e desvantagens que cada uma delas oferece.
Feito isso, o próximo passo é fazer o primeiro contato com a marca franqueadora para que ela analise o perfil do franqueado. Esse processo é realizado através dos seguintes passos:
- Cadastro do franqueado a partir do envio de material com dados solicitados pelo franqueador;
- Análise do perfil do franqueado;
- Solicitação de referências;
- Entrevista pessoal;
- Apresentação do modelo do negócio com detalhes;
- Novas entrevistas com diferentes setores da empresa;
- Aprovação ou não – caso seja aprovado, o franqueado deve entregar a Circular de Oferta de Franquia e Minuta do Contrato. Após isso, deve aguardar e assinar o contrato de franquia.
De acordo com a Lei nº 13.966:
“§ 1º A Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado, no mínimo, 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou, ainda, do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou a pessoa ligada a este, salvo no caso de licitação ou pré-qualificação promovida por órgão ou entidade pública, caso em que a Circular de Oferta de Franquia será divulgada logo no início do processo de seleção.
- 2º Na hipótese de não cumprimento do disposto no § 1º, o franqueado poderá arguir anulabilidade ou nulidade, conforme o caso, e exigir a devolução de todas e quaisquer quantias já pagas ao franqueador, ou a terceiros por este indicados, a título de filiação ou de royalties, corrigidas monetariamente.”
Conclusão
Como vimos até aqui, o franchising é uma ótima oportunidade para quem deseja empreender sem muitos riscos e com baixo investimento. No entanto, é preciso seguir fielmente todas as regras para que essa parceria seja lucrativa e próspera.
Vale destacar que, embora o franqueado tenha acesso a todo know-how da marca franqueadora, os seus resultados dependem apenas de si. Logo, é muito importante investir e reinvestir no negócio para que ele gere um bom retorno.
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