Minha empresa não liberou para os jogos da Copa, será que isso é certo?
Os jogos da Copa do Catar se iniciaram em 20 de novembro, com o primeiro jogo da Seleção Brasileira na quinta-feira (24) que está brigando pelo hexacampeonato.
A Copa do Mundo ocorrerá esse ano entre novembro e dezembro, pela primeira vez, em país árabe, respeitando o fuso horário do Catar que possui seis horas de diferença à frente em relação ao horário de Brasília.
Diante dessa realidade, todos os jogos da seleção Brasileira estão previstos para ocorrer em horário comercial.
Isso significa que o trabalhador brasileiro que quiser acompanhar os jogos da Seleção Brasileira de Futebol terá que conciliar a torcida e as obrigações de trabalho.
E por outro lado, as empresas que necessitam de um empurrão para cumprir as metas do ano nos meses finais precisam se organizar para saber se é possível parar em um cenário como esse.
Para os servidores públicos, já existe uma portaria que define que o expediente será reduzido, a nº 9.763, do Ministério da Economia.
Já os funcionários que trabalham em regime celetista a liberação ou não fica por conta da definição do RH.
Aqui no Brasil algumas empresas oferecerão maior flexibilidade ao longo dos jogos do Brasil, todavia, existem empregadores que podem manter a rotina, até mesmo sem parada.
Isso é possível tendo em vista que a CLT não regula especificamente esta questão. Logo, depende da vontade do empregador.
Dessa forma, o funcionário CLT precisa seguir as determinações da empresa para não sofrer nenhum tipo de punição.
Para você entender as principais questões envolvidas entre as empresas e os jogos da copa, acompanhe a leitura do artigo!
A Copa do Mundo e o expediente de Trabalho
Sem dúvidas, a Copa do Mundo é um dos momentos mais esperados pelos brasileiros, afinal, somos o país do futebol, não é mesmo?
A cada 4 anos uma nação inteira se reúne para acompanhar os jogos da copa e, neste ano, as empresas precisam se organizar com antecedência sobre como será a rotina nos dias em que o Brasil jogará.
Nesses dias, tanto o empregador quanto o empregado deseja acompanhar o jogo e é necessário encontrar a flexibilidade para que a situação seja boa para ambas as partes.
Por isso, a solução mais adequada é que os empregados e patrões mantenham um diálogo, deixando de complicar algo que é simples.
Afinal, todos têm o conhecimento sobre o período da Copa do Mundo e uma conversa objetiva pode ser suficiente para definir os horários em que o empregado será liberado para ver o jogo, e que horas deve voltar.
Além disso, também deve ser definido se haverá a necessidade de compensação das horas ausente junto com o sindicato que representa a totalidade dos colaboradores.
Lembrando que, mesmo que a Copa seja algo esperado pela maioria dos brasileiros, nem todas as empresas podem parar durante os jogos.
Isso porque algumas atividades desenvolvidas são incessantes. Por isso, é necessário a compreensão dos funcionários.
Então, por exemplo, os funcionários de um hospital não podem parar para ver a Copa, afinal, os pacientes não podem ficar desacompanhados em nenhum momento.
O mesmo ocorre com as empresas de telecomunicações, operadoras de internet e TV.
A solução para esses casos é realizar uma pausa com um esquema de compensação de horas para conseguir parar durante os jogos.
Com relação às regras, também é válido salientar que o empregador não pode obrigar todos os funcionários a assistirem o jogo.
Por isso, a empresa pode optar por liberar quem não quer ver a partida ou mantê-los no local de trabalho.
O que acontece com o funcionário que não voltar para a empresa depois do jogo?
Os jogos no qual o Brasil está em campo não é justificativa para que os funcionários se ausentam no horário de trabalho, seja totalmente ou parcialmente.
Caso a empresa determine que os funcionários serão liberados somente na hora do jogo, o funcionário precisa retornar depois disso para terminar o expediente.
Se o mesmo não retornar, é possível sofrer advertência mas, para ser demitido é necessário que o funcionário cometa faltas recorrentes.
A advertência pode gerar uma suspensão, que pode ser interpretada como falta e isso pode fazer com que o funcionário perca um dia de salário por não voltar ao trabalho.
Possíveis consequências da indisciplina para assistir os jogos
A ausência no trabalho para assistir ao jogo do Brasil ou até mesmo estar presente e parar para assistir sem avisar o chefe pode se configurar como uma “falta disciplinar” e isso pode gerar punições.
O empregador pode encerrar o vínculo de emprego, mesmo que o empregado não tenha praticado indisciplinas.
Em um cenário como esse, a punição comum por sumiços relacionados à Copa é a advertência, que pode ser do tipo verbal ou escrita.
O problema é que o funcionário pode ir acumulando advertências e três advertências gera uma suspensão contratual, ou seja, o funcionário recebe um dia a menos de salário.
Caso o empregado cometa o erro por uma quarta vez é possível que ele seja demitido por justa causa.
Em um cenário menos drástico, o empregado pode ter as horas ou o dia inteiro de trabalho descontados se deixar de trabalhar para ver o jogo sem autorização do empregador.
Por outro lado, se a parada for acertada previamente, a empresa não tem o direito de realizar o desconto na folha salarial ou no banco de horas do funcionário.
Esse acordo de compensação deve ser feito através de negociação coletiva e, dessa forma, as horas não trabalhadas durante os jogos da Copa podem ser compensadas em outros momentos.
Lembrando que, a empresa deve respeitar a jornada de trabalho, de oito horas, com duas horas extras diárias no máximo.
Essa regra é prevista na legislação da CLT e deve ser considerada no momento de organizar a compensação das horas não trabalhadas.
Há risco de justa causa?
Será que deixar de comparecer na empresa pode ser motivo para ter uma demissão por justa causa? A resposta é depende. Depende bastante do comportamento que o colaborador tem dentro da empresa no dia a dia.
A demissão por justa causa ocorre quando o colaborador descumpre uma norma da empresa ou infringe alguma cláusula do contrato de trabalho.
Essa é considerada a maior punição que um empregado pode receber.
Existem alguns atos como negligência, desinteresse e desleixo relacionados a prestação de serviços que podem ser base para fundamentar a dispensa do colaborador por justa causa.
Caso o funcionário tenha um bom histórico dentro da empresa e nunca levou uma advertência, em caso de falta por conta dos jogos, a aplicação de uma demissão por justa causa pode ser considerado excesso.
É necessário analisar caso a caso antes de aplicar qualquer punição, tendo em vista que existem outros motivos para além do jogo que podem fazer com que o colaborador falte justamente naquele momento.
Por outro lado, existem alguns excessos que dificilmente podem ser tolerados pelos empregadores, entre eles, podemos citar o consumo de bebidas alcoólicas no período de parada.
Se a empresa estipular que seria necessário retornar ao posto de trabalho logo após o jogo, voltar embriagado pode ser considerado um motivo para a dispensa por justa causa, tendo em vista que essa é uma falta grave.
Outro motivo que pode acarretar em demissão por justa causa são brigas e discussões dentro do ambiente de trabalho por conta dos jogos da Copa.
Mesmo que não seja horário de trabalho, caso o evento ocorra no local de trabalho, qualquer tipo de comportamento inadequado pode ser considerado pelo RH para embasar uma demissão por justa causa.
É de suma importância que o empregador tenha cautela na hora de interpretar uma falha cometida pelos colaboradores e o contexto Copa do Mundo entra nessa regra.
Isso porque, se o ex-empregado questionar judicialmente, é possível converter a modalidade da dispensa para sem justa causa e condenar o empregador a pagar todas as verbas decorrentes dessa forma de dispensa.
Como é sabido, a demissão por justa causa os direitos do colaborador são reduzidos, sendo concedidos somente o saldo de salário dos dias trabalhados no mês, férias vencidas e o abono constitucional.
E como ficam os funcionários do Home Office na Copa?
Trabalhadores Home Office precisam seguir as mesmas regras dos colaboradores que prestam os serviços presencialmente.
Por isso, em caso de descumprimento do que foi estabelecido coletivamente para o período da copa, o empregado sofrerá penalidades, mesmo que o trabalho seja a distância.
Muitas pessoas acreditam que é fácil “enrolar” no Home Office mas a coisa não é bem assim!
Existe todo acompanhamento por parte dos empregadores sobre a produção dos colaboradores e, quando ocorre a liberação para os jogos da Copa, é necessário respeitar os horários estabelecidos.
No Home Office, o retorno ao trabalho é mais simples, basta desconectar durante o período do jogo e, depois, retomar o trabalho.
Essa rotina precisa ser alinhada com a chefia por escrito, de forma a descrever o período que o empregado ficará e se as horas de ausência serão compensadas.
O cuidado no Home Office precisa ser redobrado, tendo em vista que, se o colaborador se exceder muito no horário do jogo, principalmente com bebidas alcoólicas.
Por estar em horário de trabalho, é possível ser pego desprevenido com uma reunião surpresa ou precisar resolver algum problema de última hora.
Mesmo que o Home Office ofereça um horário mais flexível, o colaborador não pode se esquecer que ainda assim está em horário de trabalho.
Como se comportar na sua empresa durante os jogos
Se na sua empresa os jogos serão transmitidos e os funcionários acompanharão no ambiente laboral, é necessário seguir alguns comportamentos.
Os excessos não podem ser admitidos no ambiente profissional e, mesmo que esse seja um momento descontraído, os colaboradores estão sempre sendo observados.
É de suma importância que o funcionário tenha responsabilidade quando estiver assistindo aos jogos dentro da empresa.
Para não atrapalhar nenhuma relação profissional, é importante que os colaboradores tenha os seguintes comportamentos:
- Havendo quaisquer dúvidas sobre como será o esquema do jogo, ser objetivo e consulte a sua chefia;
- As definições da liberação ou não para os horários do jogo devem ser consultadas no RH, o colaborador não deve procurar saber informações “de boca em boca” nos corredores da empresa;
- Evitar abusar de bebidas alcoólicas, seja no ambiente da empresa ou no Home Office, estando no horário de trabalho, é necessário prezar as relações de trabalho e a embriaguez não deve ser admitida;
- Xingamentos e palavras de baixo escalão não serão bem vistas por seus colegas e chefes;
- As comemorações não devem se exceder na hora do gol, como subida em mesas, cadeiras, bater nos móveis ou tirar a camisa;
- Brigas e confusões devem ser evitadas;
- Não é interessante manter contato físico como beijos e abraços de comemoração com pessoas que você não tem intimidade;
Por fim, é necessário observar como as pessoas no escritório estão se comportando e entrar no clima, para que você não seja sem “o noção” da situação.
Como a solução Genyo pode te ajudar com os dias de jogos da Copa?
Como vimos até aqui, para os jogos da Copa é importante que as empresas organizem as agenda e as entregas conforme os jogos do Brasil para ser um momento bom para a empresa e para o colaborador.
Dessa forma, todos poderão aproveitar o jogo da melhor maneira possível, sem prejudicar sua performance.
Para te ajudar com essa organização, ponto dos funcionários e até mesmo organizar os horários de entrada e saída para os jogos, conte com a solução do Genyo.
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