O feedback negativo costuma ser tabu para ambas as partes envolvidas, ou seja, tanto o gestor quanto o colaborador temem esse momento com a mesma intensidade. A boa notícia, no entanto, é que esse tipo de conversa pode e deve acontecer sem traumas, desmotivação e demais energias ruins. Afinal, o objetivo não é “punir”, mas sim aparar arestas e, consequentemente, ajudar o funcionário a manter a produtividade em alta.
Dito isso, caro (a) gestor (a), se você sente a necessidade de melhorar os feedbacks negativos, este artigo é essencial. Antes de seguir com a nossa conversa, entretanto, vamos rapidamente recapitular que, o feedback na empresa é uma forma de avaliar e opinar sobre a realização de uma tarefa. Logo, apesar de não ser uma “resenha entre amigos”, essa conversa está longe de ser “uma blitz”.
Sendo assim, neste artigo, você confere as mais infalíveis dicas para dar feedback negativo, de modo a resgatar a confiança e o potencial dos talentos da empresa.
O que é o feedback negativo e para que ele serve
O cenário organizacional também está sujeito às dualidades comuns no universo. Logo, eventualmente, o enredo dos processos pode acabar destoando do planejamento e, por consequência, os resultados tendem a não serem os melhores. Como não poderia ser diferente, a empresa não pode se omitir diante desse tipo de situação. Mas como lidar com isso?
Para começar a entender o que houve de errado num determinado processo, o gestor de pessoas deve lançar mão do feedback negativo. Afinal, essa conversa serve para corrigir alguma ação do funcionário que não esteja em sintonia com os objetivos da empresa. Pense, por exemplo, em uma meta não cumprida ou complicações corriqueiras no desenvolvimento de um processo ou outro.
Diferenças entre feedback negativo e corretivo
Outro ponto importante é não esquecer que além do feedback negativo, existem mais três tipos de feedbacks: positivos, informal e corretivo. Este último, inclusive, pode ser confundido com o retorno negativo. Mas qual a diferença entre ambos?
Linhas acima, você conferiu que o feedback negativo é dado quando há necessidade de corrigir percalços que fogem da sintonia do planejamento da empresa.
Por sua vez, o feedback corretivo está associado a aspectos comportamentais. Dessa forma, a intenção é propor uma avaliação que aponte quais aspectos devem ser corrigidos, melhorados e mudados. Em outras palavras, pense em comportamentos inadequados ou algo que cause impacto negativo em algum aspecto do dia a dia no trabalho.
Convenhamos: dentre os feedbacks, este é menos fácil de ser dado. Afinal, é preciso medir o impacto do que será dito, pois, palavras podem machucar e a intenção é corrigir rotas. Porém, agora que já conferimos a questão conceitual, chegou a hora de partirmos rumo às dicas para dar feedback negativo.
Dicas para dar feedback negativo de forma acertada
Em primeiro lugar, é importante ter o tato necessário para não transformar feedbacks negativos em chuvas de críticas que possam diminuir o funcionário. Nesse sentido, o posicionamento é mostrar ao colaborador o que fazer para corrigir erros de percurso e, consequentemente, ter melhores desempenhos e resultados.
Agora, que esse direcionamento está bem guardado aí na sua mente, confira 7 dicas para aplicar o feedback negativo de forma correta e eficiente.
1. Indique o teor do feedback
Aproveite o começo da reunião para esclarecer que o teor da conversa é promover a busca por melhores resultados. Nesse sentido, é preciso explicar ao colaborador que o feedback negativo é uma ferramenta que auxilia o desenvolvimento profissional. Dessa forma, mostre ao seu liderado que sua intenção é indicar os direcionamentos que possam ajudá-lo a recuperar o fio da meada e voltar a ser mais produtivo.
2. Respeita a privacidade; mantenha a discrição
Por questões de respeito e de empatia, o feedback negativo deve ser aplicado de forma privada, ou seja, a reunião deve ser discreta. Afinal, críticas públicas criam um ambiente pesado e fazem com que a pessoa envolvida sinta-se diminuída. Por fim, essa situação abala a confiança do colaborador no gestor.
3. Use a comunicação assertiva
Compreender o tom da comunicação adequada durante a conversa é uma das mais essenciais dicas para dar feedback. Afinal, a maneira como as palavras são colocadas fazem toda a diferença entre uma aceitação negativa ou positiva do liderado.
Dessa forma, a conversa deve ser pautada na comunicação não-violenta. Em outras palavras, assuma um tom conciliatório, sem críticas, julgamentos e exigências. Tenha critérios para selecionar palavras e exponha sua argumentação de forma tranquila e assertiva. Logo, se prepare para dialogar de maneira verdadeira com o funcionário, mas sempre se lembrando da empatia nos momentos em que for ouvinte.
4. Dispense comparações
Seja lá qual for o feedback aplicado, jamais faça comparações. Além de propiciar um cenário de competição, essa “vilã de quaisquer formas de relacionamento” tende a criar desconforto. A curto prazo, isso enfraquece o espírito de cooperação e azeda o clima organizacional. Afinal, cada colaborador reúne suas habilidades e competências para desenvolver seus processos.
5. Utilize exemplos reais
Se a comparação é negativa, a exemplificação pode ser completamente saudável. Porém, mencione coletando exemplos reais das falhas do funcionário e seus impactos nos processos. Apresente números, gráficos e mostre ao colaborador como mudanças de caminhos podem ser providenciais para impactar positivamente, motivando-o na adoção das dicas apresentadas.
6. Direcione soluções
Apenas apontar erros, ainda que de forma gentil e sincera, mas deixar o liderado às cegas, torna o feedback negativo ineficiente. Portanto, assuma a postura de liderança e oriente o liderado rumo aos movimentos e gestos que ele pode fazer para resolver os problemas levantados.
7. Mantenha a neutralidade
Por fim, silencie o líder paternalista que há em você — mesmo essa liderança sendo a favorita do trabalhador brasileiro e não misture sentimentos pessoais. Esse cuidado é imprescindível porque a dificuldade em aceitar o feedback negativo com naturalidade pode fazer o funcionário receber a conversa como um ataque. Logo, o gestor deve transmitir a mensagem de forma imparcial, ou seja, o colaborador precisa ter consciência de que não é nada pessoal.
Dicas para dar feedback negativo: o que não fazer?
São várias as más escolhas e práticas que podem colocar em xeque a eficiência do feedback negativo.
Para começar, o gestor nunca deve adotar um discurso acusatório. Afinal, o objetivo é ajudar a harmonizar os objetivos da empresa e os movimentos do funcionário. Ademais, o caráter punitivo compromete integralmente o sucesso desse tipo de conversa. Logo, citar um possível desligamento da empresa ou intimidar o profissional são temas totalmente fora de cogitação na aplicação do feedback negativo.
Além do mais, no feedback negativo, mais do que nunca é tempo de mostrar que você conhece as diferenças entre ser chefe e ser líder. Por isso, nada de assumir uma postura distante e blasé na tentativa de impor respeito. A frieza faz o liderado entender que a conversa se dá por mera formalidade e que está sob uma liderança que desacredita do potencial da equipe. Dessa forma, facilmente entendemos que poucas situações podem ser mais desanimadoras, concorda?
Agora, é com você! Se chegou até aqui, certamente sua gestão está turbinada com dicas para dar feedback negativo da forma correta, justa e eficiente. Se possível, conte para nós suas experiências aqui nos comentários, combinado?