Em um cenário empresarial cada vez mais digitalizado e interconectado, a governança de dados emerge como um elemento crucial para o sucesso e a sustentabilidade das organizações.
Afinal, estamos em uma sociedade na qual a informação é um dos ativos mais valiosos, e nesse cenário, a capacidade de gerenciar, proteger e aproveitar os dados de forma eficaz tornou-se uma prioridade estratégica para empresas de todos os tamanhos e setores.
Por isso, no artigo abaixo, vamos explicar o que é governança de dados, sua importância no contexto empresarial atual e as melhores práticas para implementá-la com sucesso. Não perca tempo: revolucione a sua organização ainda hoje!
O que é governança de dados?
A governança de dados é uma estrutura de políticas e procedimentos projetada para garantir a precisão, integridade, confiabilidade e segurança dos dados empresariais em todas as etapas do ciclo de vida, desde a coleta até a exclusão.
Em essência, ela estabelece as regras do jogo para como os dados são gerenciados, protegidos e utilizados dentro de uma organização.
Essa abordagem abrange não apenas a tecnologia e a infraestrutura necessárias para manipular e armazenar dados, mas também os aspectos organizacionais, processuais e humanos envolvidos na gestão desses ativos digitais valiosos.
Trata-se de uma parte essencial do compliance, garantindo que os dados sejam tratados de acordo com regulamentações legais e padrões éticos.
A governança de dados define políticas claras, estabelece procedimentos sólidos e identifica os indivíduos ou cargos responsáveis por gerenciar e proteger diferentes tipos de dados.
Em termos mais práticos, isso significa que, enquanto os sistemas cuidam da mecânica do armazenamento, manuseio e segurança dos dados, é a organização de governança que supervisiona e garante a aplicação eficaz dessas políticas e procedimentos.
Para que serve a governança de dados?
A governança de dados desempenha um papel fundamental na garantia da segurança, proteção, privacidade, usabilidade e conformidade dos dados, tanto interna quanto externamente.
Ela permite definir e aplicar controles que asseguram o acesso adequado aos dados, ao mesmo tempo em que protegem sua segurança e privacidade. Abaixo estão alguns dos principais casos de uso da governança de dados:
- Administração de Dados: A governança de dados frequentemente envolve conceder aos “administradores de dados” a responsabilidade pelos dados e pelos processos que garantem seu uso apropriado. Isso inclui a definição de políticas, procedimentos e responsabilidades relacionadas à gestão dos dados empresariais.
- Qualidade dos Dados: Uma das funções cruciais da governança de dados é garantir a qualidade dos dados, o que se refere a garantir que os dados sejam adequados para uso. Essa avaliação pode envolver várias dimensões, como precisão, integridade, consistência, oportunidade, validade e exclusividade.
- Gerenciamento de Dados: O gerenciamento de dados abrange todos os aspectos do ciclo de vida dos dados, desde a coleta e armazenamento até o uso e a supervisão. A governança de dados assegura que os dados sejam gerenciados como um ativo empresarial, garantindo sua segurança, eficiência e economia, antes de serem descartados.
Além desses casos de uso, a governança de dados também desempenha um papel crucial na conformidade com regulamentações de proteção de dados, como o GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) na União Europeia e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil.
Garantir a conformidade com essas leis é essencial para proteger a privacidade dos indivíduos e evitar penalidades legais para a organização.
Portanto, a governança de dados é essencial para garantir que os dados sejam gerenciados de forma ética, segura e eficiente, atendendo às necessidades tanto da empresa quanto dos stakeholders envolvidos.
Estrutura da governança de dados: Conheça os pilares
A estrutura da governança de dados é o modelo que lança as bases da estratégia e do compliance dentro de uma organização. Este modelo se baseia no entendimento dos fluxos de dados – suas entradas, saídas e parâmetros de armazenamento – e se sobrepõe a regras, atividades, responsabilidades, procedimentos e processos que definem como gerir e controlar esses fluxos.
Pense no modelo como um mapa detalhado que ilustra como a governança de dados opera em uma organização específica. É importante ressaltar que essa estrutura de governança será única em cada organização, uma vez que reflete as particularidades dos sistemas de dados, tarefas e responsabilidades organizacionais, requisitos regulatórios e protocolos do setor.
Sua estrutura deve incluir os seguintes elementos:
- Escopo de Dados: Este pilar define os tipos de dados que serão gerenciados e governados pela organização, incluindo dados mestres, transacionais, operacionais, analíticos, Big Data, entre outros.
- Estrutura Organizacional: Estabelece as funções e responsabilidades entre os diversos stakeholders envolvidos na governança de dados, como o responsável pela governança de dados, o chefe de dados, a equipe de TI, a equipe de negócios e o patrocinador executivo.
- Padrões e Políticas de Dados: Este pilar consiste em guias que descrevem o que será gerenciado e governado em relação aos dados, bem como quais são os resultados esperados desses processos.
- Supervisão e Métricas: Define os parâmetros e métricas que serão utilizados para medir o sucesso e a execução da estratégia de governança de dados, garantindo que os objetivos estabelecidos sejam alcançados e mantidos ao longo do tempo.
Cada um desses pilares desempenha um papel fundamental na construção de uma governança de dados eficaz e robusta, fornecendo as bases necessárias para garantir que os dados sejam gerenciados e utilizados de forma adequada e eficiente em toda a organização.
Como implementar a governança de dados?
Na prática, a governança de dados envolve uma série de etapas e processos que visam garantir que os dados sejam gerenciados de forma eficaz, segura e em conformidade com as políticas e regulamentos estabelecidos.
Abaixo, temos uma visão geral de como funciona a governança de dados na prática:
- Estabelecimento de Políticas e Diretrizes: O primeiro passo é estabelecer políticas claras e diretrizes relacionadas ao uso, acesso, segurança e privacidade dos dados. Isso inclui definir quem tem acesso aos dados, como eles podem ser usados e quais são os requisitos de segurança e conformidade.
- Designação de Responsabilidades: Em seguida, são designadas responsabilidades específicas para a gestão e supervisão dos dados. Essa etapa pode incluir a nomeação de um comitê de governança de dados, administradores de dados e outros stakeholders que terão autoridade e responsabilidade sobre os dados.
- Implementação de Tecnologia e Ferramentas: A governança de dados requer a implementação de tecnologia e ferramentas adequadas para ajudar na gestão e proteção dos dados. É necessário definir sistemas de gerenciamento de dados, soluções de segurança cibernética, software de análise de dados e outras ferramentas especializadas.
- Monitoramento e Auditoria: É essencial monitorar continuamente o ambiente de dados para garantir que as políticas e diretrizes estabelecidas estejam sendo seguidas. É possível fazer isso por meio de auditorias regulares para identificar quaisquer violações de segurança, conformidade ou qualidade dos dados.
- Educação e Treinamento: A capacitação dos colaboradores é fundamental para o sucesso da governança de dados. Os funcionários devem ser treinados regularmente sobre as políticas e práticas de segurança de dados, bem como sobre as regulamentações relevantes que afetam seu trabalho diário.
- Avaliação e Melhoria Contínua: Por fim, a governança de dados requer uma abordagem de melhoria contínua, onde os processos e políticas são regularmente revisados e ajustados com base no feedback e nas mudanças no ambiente de negócios e regulatório.
Nesse sentido, podemos dizer que a governança de dados na prática envolve a implementação de políticas e processos robustos, o uso de tecnologia adequada, a designação de responsabilidades claras e o monitoramento constante para garantir que os dados sejam gerenciados de forma eficaz e em conformidade com as exigências regulatórias e organizacionais.
Benefícios e vantagens da governança de dados
Mais do que uma mera formalidade, a governança de dados oferece uma série de benefícios e vantagens que vão desde a melhoria na tomada de decisões até a redução de custos operacionais. Veja abaixo os principais exemplos:
- Tomada de Decisões Melhores e Oportunas: Uma boa governança de dados garante que os usuários na organização tenham acesso aos dados necessários para tomar decisões mais informadas e oportunas. É possível atender os clientes de forma mais eficaz, projetar produtos e serviços de maneira mais precisa e aproveitar oportunidades de novas receitas.
- Melhoria nos Controles de Custos: Ao eliminar a duplicação de dados causada por silos de informações e gerenciar os recursos de forma mais eficaz, a governança de dados ajuda a reduzir os custos operacionais. Em outras palavras, não é necessário investir em hardware excedente, resultando em uma economia significativa.
- Melhoria na Conformidade Regulatória: Com a crescente complexidade do cenário regulatório, a governança de dados estabelece práticas robustas que ajudam as organizações a cumprir as regulamentações de forma proativa. Isso evita riscos associados à não conformidade e antecipa novas exigências regulatórias.
- Aumento da Confiança de Clientes e Fornecedores: Cumprir a conformidade auditável com políticas de dados internos e externos transmite confiança aos clientes e parceiros. Eles se sentirão seguros ao fazer negócios com uma organização que protege suas informações confidenciais.
- Gerenciamento de Riscos Simplificado: Uma governança robusta elimina preocupações sobre exposição de dados confidenciais, violações de segurança e acesso não autorizado. Essa prática facilita o gerenciamento de riscos, garantindo que os dados sejam acessados e utilizados adequadamente.
- Maior Acesso e Confiança nos Dados: Uma governança eficiente permite maior acesso aos dados pela equipe, com a confiança de que estão acessando informações precisas e autorizadas, promovendo a democratização dos dados sem impactos negativos na organização.
- Dados Mais Confiáveis e Únicos: Esse tipo de governança resulta em dados mais confiáveis, levando a decisões melhores e mais assertivas. Além disso, garante uma única versão da verdade em toda a organização, evitando desperdício de tempo e recursos em discussões sobre a precisão dos dados.
- Compliance Regulatório e Redução de Custos: A implementação de procedimentos robustos de gestão de dados facilita o cumprimento das regulamentações, reduzindo o risco de penalidades e simplificando auditorias. Da mesma forma, reduz os custos operacionais ao evitar decisões baseadas em informações incorretas e obsoletas.
Governança de dados no contexto da nuvem
À medida que mais empresas adotam a nuvem como parte integrante de suas operações, surgem importantes considerações sobre como isso impacta a governança de dados.
Uma das principais preocupações é a segurança dos dados armazenados na nuvem pública. Embora as empresas continuem responsáveis por controlar a governança dos dados em seus sistemas locais, é crucial que confiem nos provedores de nuvem para proteger seus dados contra exposição ou roubo enquanto estão na nuvem.
Além disso, a conformidade com regulamentações é uma questão crítica. Empresas precisam garantir que os fornecedores de nuvem cumpram regulamentações como GDPR, CCPA, PCI DSS e HIPAA.
Os agentes de conformidade empresarial e administradores de dados devem fornecer essas regulamentações aos fornecedores de nuvem e garantir que eles tenham ferramentas adequadas para cumprir essas exigências enquanto os dados estão na nuvem.
Por fim, a visibilidade e o controle sobre os dados na nuvem são fundamentais. Os principais fornecedores de nuvem pública reconhecem a importância de ajudar na governança de dados e, por isso, oferecem uma variedade de ferramentas, como avaliação de dados, catalogação de metadados, gerenciamento de controle de acesso, qualidade de dados e segurança da informação.
Essas ferramentas não apenas promovem a confiança dos clientes, mas também melhoram significativamente a experiência do cliente ao utilizar suas plataformas de nuvem.
Governança de dados e a LGPD
A governança de dados assume um papel muito importante para garantir o cumprimento das exigências legais da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
A LGPD, vale lembrar, estabelece regras claras sobre como as empresas devem coletar, armazenar, processar e proteger os dados pessoais dos cidadãos brasileiros.
Nesse contexto, a governança de dados desempenha um papel crucial. Ela se concentra na definição e implementação de políticas, processos e controles que garantem a adequada gestão e proteção dos dados em toda a organização. A relação entre governança de dados e LGPD é evidente em várias frentes.
Primeiramente, a governança de dados ajuda na identificação e classificação dos dados dentro da organização, um passo fundamental para entender quais dados pessoais estão sendo coletados, onde estão armazenados e como estão sendo utilizados. Esse mapeamento é essencial para garantir a conformidade com a LGPD.
Sob o mesmo ponto de vista, a governança de dados estabelece controles de acesso adequados e garante que o consentimento dos titulares dos dados seja obtido e registrado de acordo com as exigências da legislação.
Também inclui políticas e procedimentos para garantir a segurança da informação e a conformidade com os padrões de proteção de dados estabelecidos pela LGPD.
Por fim, a governança de dados também aborda a gestão de incidentes, estabelecendo planos de resposta a incidentes e ações corretivas para garantir uma resposta rápida e eficaz a qualquer violação de dados.
Melhores práticas de governança de dados para sua empresa
Implementar uma governança de dados eficaz é essencial para garantir que as informações de uma empresa sejam gerenciadas de forma adequada e utilizadas de maneira estratégica. Entre os especialistas, há um consenso geral sobre as cinco melhores práticas da governança de dados:
- Comece Pequeno, Pense Grande: É prudente começar com projetos piloto e testar ideias antes de se comprometer com esforços maiores. Iniciar com um escopo limitado permite aprender, desenvolver habilidades e validar abordagens. Ao mesmo tempo, é importante manter em mente o quadro geral do projeto para evitar se perder em detalhes.
- Nomeie um Patrocinador Executivo: Um patrocinador executivo é crucial para garantir que a estratégia de dados seja defendida e transmitida ativamente pela organização. Este líder também é responsável por cobrar responsabilidades, modelar a mentalidade desejada e arbitrar problemas entre as unidades de negócios.
- Desenvolva uma Justificativa de Negócio: Uma boa justificativa de negócio deve descrever o projeto, declarar metas e objetivos, destacar benefícios esperados e estabelecer uma programação com marcos e medições de progresso e sucesso. Isso ajuda a manter o projeto sob controle e a garantir que todos entendam sua importância e finalidade.
- Desenvolva as Métricas Corretas: Medir o progresso é essencial, mas é importante não sobrecarregar com medições excessivas. É melhor ter um número gerenciável de métricas significativas do que muitas que não contribuem efetivamente para os objetivos. Escolha cuidadosamente as métricas que realmente refletem o funcionamento dos sistemas e a realização dos objetivos.
- Comunique-se Efetivamente: A aversão à mudança é comum, por isso é crucial comunicar abertamente sobre as mudanças nos processos e procedimentos de governança de dados. Envolver aqueles que serão impactados, explicar os motivos das mudanças e como elas afetarão a vida profissional são passos essenciais para obter cooperação e apoio.
Seguir essas práticas pode ajudar as empresas a estabelecer uma governança de dados sólida e eficaz, garantindo que as informações sejam gerenciadas de forma estratégica e alinhadas aos objetivos organizacionais.
FAQ
O que é governança de dados?
A governança de dados refere-se ao conjunto de políticas, processos e controles que garantem a gestão adequada, proteção e uso estratégico dos dados dentro de uma organização.
Para que serve a governança de dados?
A governança de dados serve para garantir que os dados sejam gerenciados de forma eficaz, segura e alinhada aos objetivos organizacionais, promovendo a qualidade, integridade, segurança e conformidade dos dados.
Quais são os pilares da governança de dados?
Os pilares da governança de dados incluem o estabelecimento de políticas e procedimentos, definição de responsabilidades, garantia de qualidade dos dados, gestão de riscos e conformidade com regulamentações.
Como implementar a governança de dados?
Para implementar a governança de dados, é necessário definir uma estrutura organizacional adequada, estabelecer políticas e procedimentos claros, identificar responsáveis pela gestão dos dados, investir em tecnologias apropriadas e promover a cultura de governança de dados dentro da organização.
Quais são os benefícios da governança de dados?
Os benefícios da governança de dados incluem melhorias na qualidade dos dados, tomada de decisões mais informadas, redução de riscos, conformidade regulatória, aumento da confiança dos clientes e melhoria na eficiência operacional.
Qual é a relação da governança de dados com a LGPD?
A governança de dados desempenha um papel fundamental na conformidade com a LGPD, pois ajuda as empresas a gerenciar e proteger adequadamente os dados pessoais dos indivíduos, garantindo o cumprimento das exigências legais relacionadas à proteção de dados.
Quais são as melhores práticas da governança de dados?
As melhores práticas da governança de dados incluem começar pequeno e pensar grande, nomear um patrocinador executivo, desenvolver uma justificativa de negócio, desenvolver as métricas corretas, e comunicar-se efetivamente com todas as partes interessadas.