O jovem simpático na foto acima é Gustavo Morais, profissional da área de Tecnologia da Informação (TI). Esse largo sorriso no rosto dele é fruto de uma mudança profissional. Depois de participar de um recrutamento interno, Morais deixou o posto de programador pleno para liderar o recém-criado time de desenvolvimento de aplicativos da agência.
Com essa “solução caseira”, um longo processo seletivo foi evitado e o setor começou a funcionar antes do previsto. Mas será que esse dinamismo acontece sempre que uma vaga de trabalho é aberta em uma empresa?
Quando pensa em utilizar esse modelo de seleção, o gestor de Recursos Humanos [RH] tem a mente tomada por uma série de questionamentos. São bem comuns as dúvidas sobre as etapas do processo, suas aplicabilidades, os seus “prós e contras”, entre outras. Não se preocupe, no entanto, pois trago boas novas:
No texto de hoje, você esclarece todas as dúvidas sobre esse assunto tão relevante para a saúde de um departamento de gestão de pessoas. Para facilitar a nossa conversa, proponha uma estruturação no formato “perguntas e respostas”.
Vamos lá?
O que é recrutamento interno?
Antes de responder a essa pergunta, precisamos esclarecer um par de questões acerca do conceito de “recrutamento”. A partir dessas informações, o quebra-cabeças será facilmente montado.
O recrutamento é uma das etapas de um processo seletivo, uma das atribuições mais importantes do setor de RH de uma empresa. Trata-se de uma sequência de ações que buscam despertar interesse de profissionais – de preferência os mais qualificados do mercado – para uma determinada vaga em aberto. Nesse contexto, existem os recrutamentos interno e externo.
No recrutamento interno, o foco é aproveitar um profissional que já esteja no quadro de colaboradores da empresa. Uma vez que reúna as habilidades e o perfil desejado para a vaga em aberto, o colaborador é remanejado para a nova função – assim como aconteceu com Gustavo, o jovem da área de TI citado no começo do texto. Essa migração também pode acontecer quando um funcionário atua em uma área diferente de sua formação acadêmica, e precisa apenas de uma oportunidade para mostrar seus conhecimentos.
Já o recrutamento externo é, literalmente, a busca por candidatos que não trabalham na empresa. É um processo mais amplo e concorrido. Essa seleção, inclusive pode ser coordenada por um headhunter, profissional especialista em garimpar os currículos mais qualificados no mercado. Essa conversa, no entanto, pode ser continuada em um post futuro.
Quais as desvantagens e vantagens do recrutamento interno?
A prática do recrutamento interno é uma “via de mão dupla”. Afinal de contas, as unanimidades não são muito comuns no meio corporativo. Analogias à parte, continue comigo e te conto quais são os prós e os contras desse processo.
Vantagens do recrutamento interno
São muitas, pode ter certeza disso! Para facilitar o entendimento, vou te apresentar um breve resumo das principais vantagens do recrutamento interno.
- Economiza tempo e dinheiro: um recrutamento interno dispensa gastos com anúncios e com a contratação de recrutadores. Além disso, por estar limitado a um número X de candidatos, os processos de seleção e treinamento do funcionário são mais acelerados.
- Maiores chances de acerto: já que conhece o perfil e as habilidades técnicas dos colaboradores da empresa, o gestor de RH diminui os riscos de uma má contratação.
- Aumenta a motivação dos funcionários: uma equipe motivada apresenta resultados bem mais satisfatórios, concorda? O recrutamento interno sinaliza a tão sonhada promoção, que representa realização profissional e injeta motivação na turma.
- Cria case de sucesso: os cases de sucesso ajudam a melhorar a imagem da empresa no mercado e na sociedade. O histórico de impulsionar trajetórias de talentos que começam por baixo e, degrau por degrau, sobem ao topo, gera reforço de marca.
- Reforça a cultura organizacional: a cultura representa o conjunto de crenças, costumes, valores que são compartilhados no dia a dia de trabalho. Esse processo acontece via interação e engajamento entre pessoas. Quando um profissional de fora chega na empresa, um novo repertório cultural vem junto e promove algumas mudanças. Uma saída para manter a cultura organizacional intacta é mexer, o mínimo possível, no time de colaboradores.
Desvantagens do recrutamento interno
Até aqui, você só viu o lado positivo desse tipo de seleção de profissional. Agora, vamos conversar sobre as principais desvantagens observadas num processo de recrutamento interno.
- Baixo número de candidatos: a solução caseira indica um número reduzido de profissionais e a seleção acaba sendo limitada. Com isso, a empresa perde a oportunidade de conhecer novas ideias. Às vezes, quem está de fora enxerga as melhores soluções.
- Abalo no engajamento: nem sempre as pessoas sabem ouvir “não”. Logo, é real a possibilidade de brotar sentimentos de frustração nos colaboradores reprovados no recrutamento interno. A partir daí, abre-se um leque de brechas para “cisões” entre os candidatos ao cargo, além de desmotivação e até possíveis saídas por parte dos não selecionados.
- Engessamento de ideias: a seleção interna fecha as portas para experiências alheias e novidades tecnológicas. Como não vai chegar ninguém de fora, as ideias ficam engessadas e, consequentemente, perde-se a oportunidade de oxigenar conhecimento.
- Risco de frustração: um bom desempenho numa função não garante a mesma desenvoltura em outro. Se assim for, empresa e funcionário ficarão mutuamente frustrados e insatisfeitos.
- Sobrecarga de trabalho: a mudança de cargo pode fazer com que as atribuições antigas “caiam de paraquedas” no setor. Com isso, a equipe fica sobrecarregada de trabalho e essa é uma das principais causas da improdutividade.
Como fazer uma seleção interna de forma eficiente?
Não existem fórmulas mágicas ou receitas ideais para se fazer um recrutamento interno. Há, contudo, boas práticas aconselháveis para o RH seguir. A seguir, você confere algumas delas.
Atualize-se sobre os candidatos
É indispensável estar atualizado sobre os aspectos da vida profissional dos funcionários. É a melhor maneira para filtrar os engessados dos que andam buscando evoluir profissionalmente. Desta forma, a empresa conseguirá filtrar os talentos que reúnem as melhores condições técnicas para participarem do processo seletivo.
Comunicação transparente e correta sobre a vaga
O processo seletivo não pode ser noticiado via “rádio corredor”, pois isso motiva desencontro de informações. É dever da empresa usar os seus canais oficiais para anunciar a vaga de forma transparente.
Invista em textos e em comunicados mais esclarecedores possíveis, pois, todos os colaboradores têm o direito de saberem da vaga.
Entreviste todos os candidatos
É uma prática cordial e educada entrevistar todos os candidatos com perfis que se enquadrem à vaga. Ouvindo um por um, a empresa demonstra empatia, imparcialidade e senso de equidade. Esclareça todas as dúvidas e explique todos os detalhes do novo cargo.
Teste os candidatos
Assim que tiver a triagem dos candidatos, não tenha receio de fazer testes. Explique que é prudente e necessário colocá-los à prova, pois essa é a forma mais justa e correta para conhecer quem está devidamente preparado para as novas funções.
Dê feedback aos participantes do processo
O feedback é fundamental em qualquer método de recrutamento. Mas como estamos falando de seleção interna de funcionário, é importante salientar que o feedback ajuda a manter um bom clima entre quem não ficou com a vaga. Além disso, todo candidato precisa conhecer mais suas virtudes e falhas, sempre na busca de ser um profissional mais qualificado e preparado.
Recrutamento interno é melhor que o externo?
Não existe uma definição exata sobre qual modelo de recrutamento é o melhor. A forma de seleção ideal vai de acordo com os propósitos da empresa para o cargo.
Antes de escolher qual será a porta de entrada do próximo colaborador, os gestores de RH e da área da vaga em aberto precisam conversar e, em comum acordo, tomarem a melhor decisão. Linhas acima, você conferiu uma listinha com os prós e os contras do recrutamento interno, bem como pegou algumas dicas sobre como fazê-lo. Sendo assim, já tem uma base para nortear a sua escolha.
A equipe do Controle de Ponto Digital Genyo deseja toda sorte, sossego e sucesso nos próximos processos seletivos na sua empresa.