Liderança liberal: tudo sobre esse controverso modelo de gestão

Conheça mais sobre a liderança liberal, um modelo de gestão de pessoas muitas vezes mal interpretado. Veja mais neste artigo!
Sumário
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Dentre os 7 modelos de gestão de pessoas mais comuns no meio corporativo, a liderança liberal é a que levanta tais discussões. Afinal, o seu posicionamento nada conservador pode desencadear uma série de “franzir de sobrancelhas”. Porém, há quem acredite que o conceito laissez-faire (termo francês que significa “deixar fazer”) só faz agregar valor.

Então? Será que liderança liberal é um “mar de reticências” ou há pontos de “exclamação” que imprimem sentidos louváveis nesse tipo de gestão?

A dúvida acima é pertinente e, naturalmente, mais comum do que você possa supor. Neste artigo, no entanto, você encontra um dossiê de como o líder liberal desenvolve seus processos de gestão. Dessa forma, você terá um material completo para fazer suas reflexões acerca desse modelo de liderança.

Vem comigo?

O que é liderança liberal?

Conforme você conferiu no começo da nossa conversa, a de liderança liberal é um conceito está atrelado à ausência de conservadorismo na maneira de conduzir uma equipe. Nesse sentido, a gestão acontece de forma colaborativa e nada centralizadora. Logo, os processos são totalmente dependentes das ideias, sugestões e decisões vindas dos liderados.

Para entender melhor esse tipo de liderança, precisamos lembrar do outro nome popular designado a ela: laissez faire, termo em francês, que significa “deixar fazer”. Esse codinome reforça a ideia de gestão simples e prática, que busca envolver todos da equipe em todas as etapas dos processos, partindo do planejamento, passando pelas decisões e culminando nas fases de execução.

Por fim, não podemos confundir o liberalismo com a libertinagem. Dito isso, é necessário entender que o líder continua sendo figura central, mas abre espaço para que as vozes de seus liderados sejam ouvidas e, na medida do possível, transformadas em ações.

Quais as características da liderança liberal?

A principal característica do líder liberal é o comportamento passivo. Nesse sentido, os colaboradores são livres para tomarem as decisões no ambiente corporativo. Essa liberdade busca ser um incentivo para que cada liderado colabore de forma incisiva com o desenvolvimento da empresa.

O líder liberal não assume o papel de determinar como serão os desenvolvimentos de processos e tampouco fiscaliza o andamento das tarefas. Em outras palavras, o funcionário fica à vontade para criar, desenvolver e até mesmo interferir nas metodologias dos trabalhos que estão em fase de desenvolvimento.

Apesar de estar relativamente distante das etapas do desenvolvimento dos processos, o gestor continua sendo importante. Em casos de dúvidas, gerenciamento de conflitos e contato com as esferas superiores da hierarquia, o líder é a pessoa a quem recorrer.

Teoricamente, a liderança liberal aparenta ser moderna, visionária, revolucionária e vários outros adjetivos. De fato, ela promove muitos benefícios em um ambiente organizacional. Porém, há algumas desvantagens que precisam ser friamente consideradas ao aplicar os conceitos da gestão flexível. Mais adiante, inclusive, trataremos sobre essas questões de prós e contras, ou seja, continue comigo.

Quando usar a laissez-faire

Em linhas gerais, a liderança liberal tende a funcionar melhor quando aplicada em equipes experientes e entrosadas. Afinal, esses ambientes corporativos são mais propícios a não necessitarem da figura de um líder “capitaneando” o time, pois os laços de confiança entre os envolvidos são mais fortes.

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Outro momento oportuno para a adoção do modelo laissez-faire é quando a empresa precisa de criatividade. Afinal, as lideranças centralizadas, em que os colaboradores têm liberdade de expressão restrita ou bem dizer nula, podem engessar a fluidez dos processos criativos no ambiente.

Liderança liberal: vantagens e desvantagens

A atuação do líder liberal numa empresa tem seus prós e contras. Partindo do posicionamento sempre transparente do controle de ponto Genyo, precisamos esclarecer quais são as vantagens e desvantagens da liderança liberal. Inclusive, este é um dos tópicos ideais para suas reflexões acerca do tema deste artigo.

Quais são as vantagens da liderança liberal?

Veja a seguir os principais benefícios que a gestão laissez-faire pode trazer para a sua empresa.

Novas visões, ideias oxigenadas e variadas

Para começar, a liderança liberal abre espaço para inovação. Isso acontece, sobretudo, porque todos da equipe participam de todas as etapas do processo. Dessa forma, são várias mentes diferentes pensando em conjunto. O resultado, na melhor das hipóteses, são brainstorms mais robustos e com possibilidades de revolucionar.

Democratização nas tomadas de decisão

A gerência descentralizada torna as tomadas de decisões mais democráticas. À sua maneira, cada liderado opina com sua experiência, visão de mundo e expertise. Dessa forma, boa parte do comando dos projetos conta com participação dos funcionários, que não devem hesitar em consultar o gestor.

Crescimento profissional do funcionário

A liderança liberal é um passaporte para o desenvolvimento da autogestão. Afinal, essa é a habilidade profissional que facilita a organização dos projetos e, por consequência, a chegada dos melhores resultados. Nesse cenário de liberdade e confiança, o liderado passa a ter possibilidades de crescer profissionalmente.

Engajamento com a organização

A liderança laissez-faire só funciona quando todos conhecem as missões e valores da empresa. Com essa informação na ponta dos dedos, o profissional tende a fortalecer sua identificação com as cores da empresa. Por consequência, o colaborador mais engajado tende a entregar melhores resultados.

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São realmente interessantes essas vantagens, concorda? Em suma, estamos falando de aumentar a produtividade, engajamento, melhores resultados, entre outros benefícios. Mas já sempre há o outro lado da moeda, continue por aqui, pois temos informações esclarecedoras para você.

Quais as desvantagens da liderança liberal?

A seguir, vamos conversar sobre as dificuldades que o líder desse modelo de gestão pode encontrar.

Desorganização no ambiente de trabalho

Sem maturidade profissional realmente desenvolvida, a autogestão pode tirar dos trilhos o bom andamento do trabalho. Nesse sentido, um clima de desorganização pode tomar conta do ambiente de trabalho e, por consequência, alimentar conflitos interpessoais.

Queda na produtividade

Essa falta de organização, ou a dificuldade de se auto liderar, podem reduzir a produtividade do funcionário. A longo prazo, essa incapacidade de ser produtivo pode prejudicar outros setores da empresa, e não apenas o próprio projeto. Assim, assegurar-se dessa possibilidade de implementação é mais que fundamental.

Enfraquecimento da figura do líder

Muitas vezes o ambiente liberal pode enfraquecer a figura do líder. Afinal a autogestão, desde que aplicada incorretamente, pode abrir brechas para o colaborador pensar em ausência de hierarquia. Dessa forma, é necessário frisar que há demandas que sempre serão responsabilidades da gestão.

Dificuldade de atuar sem supervisão

Entre os perfis profissionais há os que são funcionários excelentes, desde que supervisionados de perto. Essa característica é comum, por exemplo, para os talentos que estão começando a carreira. Na liderança liberal, quem não sabe lidar com a falta de supervisão mais constante e presente, certamente terá rendimento bem menor.

Em qual empresa funciona o estilo de liderança liberal?

Não há regras sobre os tipos de empresas mais preparados para o laissez-faire. O estilo de liderança liberal, no entanto, tende [com ênfase em “tende”] a funcionar com mais eficiência em modelos de negócios propostos nos seguintes setores:

Tecnologia

As inovações, renovações e criações que circundam produtos tecnológicos são envolvidas em várias e extensas etapas. Geralmente, essas demandas são resultados de várias reuniões e entregas, ou seja, várias decisões são tomadas ao longo dos processos. Dessa forma, a atuação de uma liderança mais conservadora, por exemplo, tende a atrasar o desenvolvimento das etapas.

Pensemos numa agência que desenvolve aplicativos para telefone celular. Em síntese, um app envolve trabalho de design, marketing, produção de conteúdo, TI, etc. Dessa forma, um ambiente de trabalho pautado no laissez-faire permite que as equipes tenham mais liberdade, autonomia e praticidade. Dessa forma, o produto final tende a ser entregue com mais eficiência, satisfação e realização profissional.

Varejo

A imprevisibilidade de indústrias como as da moda e da beleza, por exemplo, permite aos compradores doses generosas de flexibilidade para fazer suas escolhas. O importante aqui é o conhecimento e a paixão pela causa. Nesse sentido, os compradores costumam estar muito mais em sintonia com as tendências do que com a gerência.

Entretenimento

As indústrias associadas ao entretenimento, como a música, o cinema e o teatro, por exemplo, dificilmente funcionam sem um estilo de liderança liberal no comando. Essa relação se dá pelo fator “criatividade”. Nesse sentido, um ambiente com baixa pressão impulsiona a produtividade. Dessa forma, o líder adepto do laissez-faire consegue extrair os melhores resultados de seus talentos criativos.

O fato de uma empresa não estar atrelada às áreas de atuação supracitada não impede a presença de um líder liberal. Dessa forma, caso seja de seu interesse, é possível adaptar as características dessa liderança à realidade de sua cultura organizacional. Para entender ainda mais sobre esse potencial processo de adaptação, continue comigo e conheça o lado prático da questão.

Exemplos de liderança liberal

Para entender o que é liderança liberal, nada melhor do que conhecermos um pouco sobre quem “colocou a mão na massa”. Dito isso, se prepare para rever recortes da trajetória de quem foi exemplo de líder liberal.

Warren Buffett – CEO da Berkshire Hathaway

Com 92 de idade, o incansável Warren Buffet é CEO da Berkshire Hathaway desde 1970. A organização supervisiona e gere um conjunto de empresas subsidiárias dos mais variados setores, incluindo indústria, prestação de serviços e varejo. A título de curiosidade, Buffet dificilmente fica de fora das famosas listas de pessoas mais ricas do mundo.

Como um autêntico exemplo da liderança liberal, Buffet abre mão da vaidade e prefere focar no que realmente importa: equipes de alta performance. Nesse sentido, o CEO confia na capacidade de seus colaboradores para tomar decisões assertivas, ou seja, os liderados têm liberdade de agir conforme as próprias convicções. Essa liberdade só é possível porque o líder opta por trabalhar com profissionais altamente qualificados, experientes e criativos.

Paul Allen – cofundador da Microsoft

Outro ótimo exemplo de líder liberal é o americano Paul Allen, mais conhecido por ter sido cofundador da Microsoft, em 1975, em parceria com Bill Gates. Além da gigante da tecnologia, Allen também foi proprietário de negócios dos ramos esportivo e imobiliário.

Menos glamouroso do que Gates, Allen era a mente lúdica, a visão mais criativa e pensamento mais ousado da empresa. Foi Paul Allen, por exemplo, o responsável por conduzir a vitória da Microsoft em seu primeiro grande desafio, a lendária encomenda de desenvolver o DOS para IBM. Nesse sentido, esse líder soube delegar funções e teve a visão necessária para contratar os profissionais ideais para darem conta da demanda.

Ronald Reagan – 40º presidente dos Estados Unidos e ex-ator

O republicano, Ronald Reagan foi presidente dos Estados Unidos entre os anos de 1981 e 1989, ou seja, num dos momentos mais emblemáticos da história recente.

Ao longo de dois mandatos à frente do executivo de uma das nações mais influentes do mundo, o ex-ator foi um dos melhores exemplos de líder liberal. Nesse sentido, Reagan ficou conhecido por delegar autoridade sem precedentes aos seus comandados mais próximos, ou seja, os chefes e secretários de gabinete. Mas tamanha liberdade só foi possível porque ele montou uma equipe que incluía caciques de Wall Street e engenheiros aeroespaciais.

Conclusões sobre o líder liberal

Quando se sentem mais livres, os liderados não colocam limites em suas ideias, o que pode dar origem a soluções diferenciadas e incríveis para a empresa. Dessa forma, entende-se que a autogestão alimenta uma autoconfiança que pode trazer ótimos resultados.

O ponto fraco da liderança liberal, no entanto, é algo que realmente deve ser considerado. Afinal, nem todos os profissionais estão prontos para entender que a liderança liberal não anula a necessidade do papel de um líder. Sendo assim, esse modelo de gestão tende a não funcionar bem com equipes pouco experientes.

Por fim, tudo é questão de adaptação e conscientização. Logo, caso opte por investir num líder liberal, lembre-se de mapear o perfil de cada colaborador e esteja pronto para preparar treinamentos e exercer comunicação assertiva.

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